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No 5º dia de greve, metrô demite 60; protesto termina em confronto

Paralisação, considerada abusiva pela Justiça, chega ao quinto dia nesta segunda. Trânsito na capital sofre os reflexos: lentidão passa dos 100 km

Por Da Redação
9 jun 2014, 07h25

Atualizada às 10h20

O metrô de São Paulo anunciou nesta segunda-feira que demitiu 60 funcionários em decorrência da paralisação da categoria, que completa cinco dias. No domingo, a Justiça considerou abusiva a greve, o que libera o Estado para demitir aqueles que se recusarem a voltar ao trabalho. A três dias da abertura da Copa do Mundo, os paulistanos enfrentam outra manhã de dificuldade para se locomover na cidade: apenas as linhas 5-Lilás (Capão Redondo-Largo Treze) e 4-Amarela, administrada sob concessão pública pela iniciativa privada, operam em toda sua extensão. As demais têm funcionamento parcial: a linha 1-Azul opera entre as estações Ana Rosa e Luz, a 2-Verde entre Ana Rosa e Vila Madalena, e a 3-Vermelha entre Tatuapé e Marechal Deodoro. Os trens da CPTM e os ônibus operam normalmente da capital paulista. Às 10h20, a cidade registrava 170 quilômetros de vias congestionadas.

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A manhã também foi marcada por confronto entre manifestantes e a Tropa de Choque da Polícia Militar na estação Ana Rosa – grevistas uniram-se ao Movimento Passe Livre para fechar não apenas o acesso à estação, como a Rua Vergueiro, nos arredores do metrô. Os PMs utilizaram bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes. Treze metroviários foram detidos e encaminhados ao 36º DP, na Vila Mariana. Pouco depois, teve início uma passeata em defesa dos metroviários grevistas, com a participação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). O grupo fez um ato na Praça da Sé, na região central da cidade, e seguiu em marcha em direção à Secretaria dos Transportes. A equipe de VEJA São Paulo acompanhou a confusão na estação Ana Rosa, confira no vídeo a seguir:

O secretário dos Transportes do Estado de São Paulo, Jurandir Fernandes, afirmou que as 60 primeiras demissões por justa causa já foram emitidas. Segundo ele, foram demitidos os envolvidos em atos de vandalismo e que utilizaram o sistema de som das estações para incentivar a população a apoiar o movimento grevista. “A partir dessas primeiras demissões, os funcionários que não vierem trabalhar, como já estão com direito de greve suspenso, também serão notificados da demissão por justa causa”, disse, em entrevista à Rádio Estadão. Ao programa Radar SP, da Rede Globo, Fernandes afirmou que 29% dos funcionários estão trabalhando nesta segunda. O secretário destacou que o metrô tem reserva técnica para repor os funcionários que trabalham nas estações e que pode realizar contratações emergenciais de empregados terceirizados para reposição de maneira mais rápida, até a realização de um novo concurso em um prazo de 60 a 90 dias.

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Os metroviários optaram por manter a greve em assembleia realizada na tarde deste domingo, apesar da Justiça ter considerada a paralisação abusiva. Às 13 horas desta segunda está prevista uma nova reunião para definir os rumos do movimento. O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) definiu o reajuste salarial da categoria em 8,7% e estabeleceu o piso dos engenheiros em 6.154 reais. Além disso, caso a greve continue, além da multa já estabelecida de 100.000 reais por dia pela vice-presidente judicial do TRT Rilma Aparecida Hemetério, foi arbitrada multa adicional de 400.000 reais ao sindicato da categoria, o que totaliza 500.000 reais por dia, em valores a serem revertidos para o Hospital do Câncer de São Paulo.

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A greve foi considerada abusiva por unanimidade e não foi enquadrada como ilegal porque, de acordo com o TRT, o termo restringe-se apenas à paralisação patronal (lockout) e a dos militares. “O direito de greve não pode ser balizado em autoritarismo ou no exercício arbitrário de escolhas subjetivas. Não houve atendimento mínimo à população, gerando grande transtorno, inclusive, no âmbito da segurança pública”, destacou o desembargador Rafael Pugliese, presidente da seção de Dissídios Coletivos (SDC). O julgamento concluiu pela autorização do desconto pelos dias parados, além de não assegurar a estabilidade dos grevistas.

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(Com Estadão Conteúdo)

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