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Mercado antecipa seu julgamento sobre Dilma. E a sentença é dura

O valor da Petrobras caiu quase à metade do que era quando Dilma colocou a faixa presidencial, e ela se tornou símbolo da má gestão da presidente

Por Robson Bonin e Malu Gaspar
29 mar 2014, 08h29

Acrise da Petrobras só não se encaixa na definição de tempestade perfeita sobre o Planalto porque a campanha presidencial de 2014 ainda não começou e há uma Copa do Mundo a separar o Brasil de hoje daquele que vai às urnas em outubro. Seis meses em política é uma eternidade, e o que parece hoje uma cápsula de cianureto para os planos de reeleição de Dilma Rousseff pode ir se diluindo até sobrar apenas um sal amargo, desagradável, mas digerível pela opinião pública. Pelo menos essa é a esperança do governo. A da oposição é a de que os poços de escândalos da Petrobras sejam muito mais profundos e ricos em notícias cada vez mais intoxicantes para Dilma e sua candidatura.

A situação na semana passada era desastrosa para as duas Dilmas, a presidente e a candidata, que se confundem na percepção do eleitor. Essa confusão é boa quando as coisas fluem com serenidade e péssima quando a maré contrária é muito forte. É o caso de Dilma Rousseff neste momento. Tudo parece conspirar coordenadamente contra a presidente, até, espantosamente, ela própria ao chamar atenção para o episódio da compra da refinaria de Pasadena, que se tornou, perante a opinição pública, sinônimo de um prejuízo de 1 bilhão de dólares para o Brasil.

O caso Pasadena parecia perdido entre camadas de outros desgovernos que, embora mais destrutivos, eram mais fáceis de explicar e, portanto, mais difíceis de ser explorados eleitoralmente pela oposição. Fala-se aqui do rombo de centenas de bilhões de reais cavados no setor energético pela tentação populista de Dilma de obrigar as empresas a fornecer eletricidade a um preço abaixo do custo de produção e a Petrobras a importar gasolina cara e vendê-la mais barato aos distribuidores. Perto do prejuízo produzido pela política desastrosa de segurar artificialmente o preço da luz e da gasolina, empalidece a perda com a compra da refinaria do Texas. Na Petrobras viraram pó mais de oitenta Pasadenas em valor de mercado e trinta Pasadenas em prejuízo financeiro pelo subsídio à gasolina e ao diesel. Na Eletrobras queimaram-se quase sete Pasadenas em valor de mercado.

Circula a versão de que a estratégia de Dilma era reabrir o caso Pasadena agora e, assim, minimizar sua exploração pela oposição na fase de debates da campanha eleitoral. Se foi isso mesmo, ela deu um tiro no pé, outros no peito e, quem sabe, um de misericórdia na própria cabeça. Os escândalos da Petrobras anteciparam o julgamento pelos investidores da capacidade de governar de Dilma. A sentença foi dura. Ela se traduz pela seguinte equação: basta Dilma cair nas pesquisas para que aumente a disposição do mercado de investir no Brasil. Na semana passada, uma pesquisa CNI/Ibope mostrou uma queda de 7 pontos porcentuais na aprovação do governo. O resultado imediato foi um dia de forte alta na Bovespa (3,5%) com ganhos extraordinários para as ações da Petrobras (8%), da Eletrobras (10%) e do Banco do Brasil (6%). O recado do mercado foi inequívoco e cristalino: o governo não é parte da solução, o governo é o problema. Diz Ricardo Corrêa, diretor da Ativa Corretora: “Sem a intervenção política do governo, a Petrobras e a Eletrobras são investimentos de enorme potencial. A Petrobras, em alguns anos, vai se tornar uma das maiores empresas de petróleo no mundo”.

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Com reportagem de Alana Rizzo e Marcelo Sakate

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