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Menor identifica suspeito de ter matado dentista

Ele diz ter recebido uma ligação de Jonatas Cassiano Araújo, de 21 anos, confessando ter matado Cinthya de Souza em assalto no ABC paulista

Por Da Redação
26 abr 2013, 12h06

O menor apreendido na madrugada desta sexta-feira por suposta participação na morte de Cinthya Magaly Moutinho de Souza, de 47 anos, deu o nome de Jonatas Cassiano Araújo, de 21 anos, como um dos envolvidos no assassino da dentista, queimada viva durante um assalto ao seu consultório em São Bernardo do Campo. Segundo o adolescente, de 17 anos, Jonatas lhe telefonou confessando o crime, que aconteceu na tarde desta quinta-feira e chocou a cidade do ABC Paulista. A polícia agora busca por Jonatas e os outros dois suspeitos.

O menor foi pego em casa, também em São Bernardo, por volta das 2h30 da madrugada, após uma denúncia anônima feita à Polícia Militar. A corporação disse inicialmente, em nota, que ele próprio havia confessado o crime. No entanto, acabou liberado do 2º DP da cidade depois que seu envolvimento foi descartado.

Segundo o delegado seccional de São Bernardo, Waldomiro Bueno Filho, o menor contou que chegou a ser convidado para o roubo, mas não pôde ir – o motivo não foi esclarecido. Também afirmou que um dos suspeitos ligou para ele depois do assassinato. “O colega telefonou dizendo que tinha dado m….”, afirmou o delegado. A mãe de Jonatas foi identificada pela PM na noite de quinta e reconheceu o filho em imagens de uma câmera de segurança mostradas na delegacia. Ela foi encontrada porque seu carro, um Audi preto, foi usado na ação pelos bandidos. O veículo foi apreendido e passa por perícia.

Na casa de Jonatas também foi encontrado um Honda Fit roubado em um assalto a outro consultório dentário, no Sacomã, no dia 18 deste mês – o que reforça a tese da polícia de que se trata de uma quadrilha de assalto a consultórios. Segundo a polícia, Jonatas teria participado de três roubos a consultórios, no total, além de um assalto à residência.

A polícia já confirmou que são quatro os envolvidos no roubo que resultou na morte de Cinthya. O quarto bandido aguardava na frente do consultório, dentro do Audi preto. “Temos investigações em andamento, já temos imagens de um dos bandidos e em pouco espaço de tempo vamos tirá-los de circulação”, afirmou o delegado.

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O crime – Os ladrões invadiram a clínica odontológica a Cinthya que, como não tinha dinheiro no local, deu o cartão do banco e a senha para os bandidos. Dois deles, sendo que um seria Jonatas, foram até um caixa eletrônico em uma loja de conveniência a menos de um quilômetro de onde as vítimas estavam rendidas para fazer o saque. Após constatarem que a dentista só tinha 30 reais na conta, eles retornaram ao consultório, atearam fogo na vítima e fugiram.

Mãe de suspeito e testemunha da morte da dentista Cintya Magali Moutinho de Souza, queimada viva durante assalto ao seu consultório em São Bernardo do Campo
Mãe de suspeito e testemunha da morte da dentista Cintya Magali Moutinho de Souza, queimada viva durante assalto ao seu consultório em São Bernardo do Campo (VEJA)

Cinthya atendia uma paciente – cujo nome não foi divulgado – quando os criminosos apertaram a campainha. Ela permaneceu encapuzada durante todo o assalto e teve a bolsa, o celular e dinheiro roubados, mas não ficou ferida. Segundo o delegado, a paciente conseguia ouvir a dentista gritando “não faz isso” e pedindo socorro. “Ela tentou apagar o fogo quando os bandidos fugiram, mas não foi possível. A dentista morreu em menos de três minutos.”

Vizinha de Cinthya, Lindacim de Olivera, de 54 anos, sentiu o cheiro de queimado e ouviu os gritos da dentista. Foi ela quem chamou o Corpo de Bombeiros. “Ouvi alguém pedindo socorro e fui até o portão do consultório ver o que estava acontecendo.”

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O consultório de Cinthya funcionava nos fundos da casa onde ela morava com os pais e uma irmã, que tem deficiência mental. O pai da vítima, Viriato Gomes de Souza, de 70 anos, afirmou que ela não costumava ficar sozinha em casa no horário do almoço. “Ela ia buscar a irmã na escola, mas, como tinha uma paciente, eu fui com a minha mulher.” Quando o pai chegou à rua, viu a movimentação na frente de casa. Foi avisado pelos vizinhos da morte da filha. “Quis entrar, tentei reanimá-la, mas já não dava para fazer nada.”

Emocionado, ele diz não saber o motivo de tamanha brutalidade. “Ela era uma pessoa boa, sem inimigos. Agora, a gente não sabe o que vai fazer da vida, se continuará morando lá. Espero que ninguém precise passar pela dor que estou passando.” O enterro da dentista está marcado para as 13h no Cemitério Vila Euclides, em São Bernardo do Campo.

(Com Estadão Conteúdo e reportagem de Letícia Cislinschi)

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