Marina se reúne com usineiros e critica Dilma e Aécio
Ex-senadora visita feira de tecnologia sucroenergética, direcionada a usineiros e produtores rurais, para tentar quebrar resistência à sua candidatura
A candidata à Presidência da República pelo PSB, Marina Silva, respondeu às críticas dos seus adversários Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) nesta quarta-feira. O tucano havia dito que o país não pode ser governado por “amadores”, e a petista atacou a defesa que a ex-senadora faz de um “governo dos melhores”, sem partidarismos.
“Tem muita gente por aí dizendo que o Brasil não pode ser governado por amadores dos sonhos”, disse Marina, em referência a Aécio. Segundo a candidata do PSB, os brasileiros terão de escolher entre “apostar no sonho de que a gente possa ter um Estado eficiente que faça a sua gestão escolhendo os melhores e não aqueles que são indicados pelos interesses do partido desse ou daquele grupo” ou “continuar nas mãos dos profissionais das escolhas incorretas”. “Tenho certeza de que é melhor conversar com FHC do que com ACM e de que é melhor conversar com Lula do que com Sarney”, continuou. Em seguida, disparou contra a candidata do PT: “Se Dilma tivesse feito menos propaganda do governo Lula, setenta usinas não estariam fechadas e outras quarenta em processo de recuperação judicial. Governo não é para fazer propaganda, mas para assumir compromisso.”
A ex-senadora participa nesta quinta-feira da Fenasucro, feira internacional de tecnologia sucroenergética, na cidade de Sertãozinho, no interior de São Paulo. Para se livrar da pecha de que é inimiga do agronegócio, a ex-senadora dedica sua agenda a dois eventos com o setor: amanhã ela participa de um jantar em São Paulo com quarenta empresários do ramo a convite do presidente do Datagro (consultoria de etanol e açúcar), Plínio Nastari.
Discurso – Durante sua fala, a ex-senadora aproveitou para criticar o abandono do setor sucroenergético pelo governo federal. Ela enfatizou a importância dos investimentos no etanol para que o país tenha uma matriz energética mais limpa e mencionou a destinação de 10% do PIB para a educação como uma das prioridades.
O vice, Beto Albuquerque, também criticou as políticas do governo para o setor. “O setor sucroalcooleiro foi ferido quase de morte pela incompetência do governo, pela falta de regras claras, pelas decisões surgidas não pelo planejamento, mas pelo interesse de um ou outro. Temos uma ausência de um marco regulatório”, disse. Segundo ele, a ausência da regulamentação prejudica a produção de automóveis flex, que podem ser abastecidos tanto com gasolina quanto com etanol.