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Manifestantes mantêm ocupação do prédio da reitoria

Decisão dos estudantes desrespeita acordo judicial firmado no sábado. Durante a assembleia na noite desta segunda-feira, jornalistas foram agredidos

Por Bruno Abbud
8 nov 2011, 01h22

Na noite desta segunda-feira, os manifestantes acampados no prédio da reitoria da Universidade de São Paulo rejeitaram as propostas da direção da universidade, feitas durante a tarde. Eles optaram por manter a ocupação do edifício, iniciada na terça-feira à noite. A decisão desrespeita o acordo judicial firmado pelos alunos no sábado, durante audiência de conciliação no Fórum Hely Lopes Meirelles, região central da cidade. Segundo o acordo, os manifestantes deixariam o prédio até às 23 horas de hoje.

No decorrer da assembleia, agentes da Polícia Militar à paisana rondavam o prédio da reitoria, fotografando possíveis pontos de entrada nos fundos e nas laterais do edifício. Cabelos longos e rosto coberto, um dos estudantes, Nicolas (ele não quis dar o sobrenome), informou que a comissão de segurança da ocupação traçou rotas de fuga e se equipou com fogos de artifício e coquetéis molotov no caso de a PM aparecer para cumprir a ordem judicial de reintegração de posse. Por volta das 22 horas desta noite, o Batalhão de Choque da PM estava de prontidão.

Confusão – A assembleia realizada em frente ao prédio da administração central reuniu cerca de 450 estudantes. Às 23h10 ─ depois de decidir pela manutenção da ocupação sob gritos de “Ocupa! Ocupa!” ─, os alunos resolveram colocar outros temas em votação. Os invasores decidiram, por exemplo, eleger o reitor João Grandino Rodas persona non grata na universidade. Também colocaram em pauta a distribuição em favelas vizinhas de panfletos com críticas à PM, a exigência da renúncia de Rodas, os horários de assembleias e passeatas futuras e até a possibilidade de eleger um dos invasores para participar do programa de Heródoto Barbeiro na TV Record.

A TV Record dificilmente deve manter o convite, depois que uma pedra acertou um de seus cinegrafistas na testa. O incidente foi apenas uma das agressões sofridas pelos jornalistas que trabalhavam no local. Ao mesmo tempo em que os alunos tentavam decidir se atendiam ou não à “imprensa golpista”, o fotógrafo Cristiano Novais, da agência de notícias CPN, era jogado no chão depois de ter sua câmera roubada. Agredido a chutes, Novais quebrou um dos dedos da mão e foi encaminhado a um hospital. A câmera apareceu posteriormente, com imagens dos agressores registradas no cartão de memória. Outro cinegrafista, do SBT, também teve a câmera atingida por uma pedra.

Os invasores, de braços dados, organizaram um cordão humano para isolar a imprensa. Uma hora após o vencimento do prazo para a desocupação ordenado pela Justiça, os manifestantes fumavam maconha, xingavam jornalistas e ajeitavam pedaços de madeira para uma fogueira. Outros desfilavam com flores em sinal de paz. Os manifestantes agendaram para às 14 horas desta terça-feira um ato em frente ao prédio ocupado. Na próxima quarta, às 18h, haverá nova assembleia.

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