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Manifestação pacífica pede fim da concessão do Maracanã

Caminhada tentou chegar próximo ao estádio, mas se deparou com uma barreira policial, que protegia o palco da final entre Brasil e Espanha

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 30 jun 2013, 15h09

(Atualizado às 18h)

O palco da grande final da Copa das Confederações neste domingo, entre Brasil e Espanha, foi também o principal destaque de dois protestos realizado na Zona Norte do Rio de Janeiro. No primeiro ato, os manifestantes que caminharam por cerca de duas horas de forma pacífica, pediam principalmente o fim da concessão à iniciativa privada do Maracanã, que vai receber também jogos da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016. “Se o Maraca privatizar, o Rio vai parar”, gritavam eles, em uma adaptação à primeira frase do movimento, que pedia a redução da tarifa de ônibus.

Entre as reivindicações ainda estavam o fim das remoções de moradores em áreas que receberão obras em função dos dois grandes eventos. Uma carta com cada um dos pontos seria lida em frente ao estádio, mas uma barreira policial já havia fechado todos os acessos meia hora antes do que havia sido divulgado pela prefeitura. Ao se deparar com a tropa armada, os manifestantes se sentaram no chão diante dos policiais e fizeram um minuto de silêncio em sinal de luto pelas vítimas da operação no Complexo da Maré, que deixou dez mortos na última terça-feira. “A Maré existe, a Maré resiste”, entoaram.

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A estimativa é de que o ato tenha reunido de 3.000 a 5.000 pessoas, que se dispersaram na Praça Afonso Pena, por volta das 14 horas. Dessa vez, a adesão foi maior no Facebook do que nas ruas. Mais de 22.000 haviam confirmado presença pelo evento na rede social organizado pelo Comitê Popular Rio Copa e Olimpíada. Entre os participantes, militantes de partidos de esquerda, como PSOL e PSTU. Mas, ao contrário das outras vezes, quando as bandeiras de legendas motivaram confrontos dentro do próprio grupo, todos conviveram sem qualquer desavença neste domingo. Alguns usavam camisas com a inscrição “Nada deve parecer impossível de mudar”, uma referência ao lema da campanha do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) para a prefeitura em 2012.

O ato também atraiu pessoas que usavam os espaços do estádio de atletismo Célio de Barros e do parque aquático Júlio Delamare – arenas que estão prestes a serem demolidas no processo de concessão do Maracanã. Edneida Freire, de 38 anos, dava aulas de atletismo a crianças pobres no Célio de Barros. Tinha mais de 300 alunos, dos 5 aos 50 anos. Depois que o local foi interditado, teve de migrar com a turma para o estádio do Engenhão, que também foi fechado por problemas na estrutura. Agora, não tem lugar fixo para treinar e viu seu grupo reduzir para 80 pessoas. Na caminhada, ela pedia estádio de atletismo no conhecido “padrão Fifa”. “Esse é um esporte de comunidade. Talvez essa seja a primeira e a última oportunidade dessas pessoas”, lamentou.

Segundo protesto – Poucas horas depois, mais pessoas voltaram a se concentrar na Praça Saens Peña para o segundo protesto do dia. Diferentemente do primeiro ato, que atraiu muitas famílias e seguiu sem qualquer contratempo, neste a grande massa era formada por jovens, alguns cobrindo o rosto com máscaras ou camisetas e entoando gritos de guerra inspirados em hinos de times de futebol. À frente do grupo, caminhavam os manifestantes que invadiram um prédio da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na Barra da Tijuca, de manhã.

Logo no início, o clima era de tensão. Uma equipe da Rede Globo que se aproximava foi hostilizada por alguns manifestantes. Eles chegaram a cercar a reportagem, que se retirou do local. Quando a passeata começou, por volta das 17 horas, algumas pessoas não sabiam por onde seguir e acabaram entrando em uma rua que estava aberta à circulação de veículos, complicando o trânsito. A segurança reforçada no Maracanã bloqueou 16 vias do entorno, permitindo uma aproximação máxima de uma distância de três quilômetros do estádio.

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Depois de aproximadamente uma hora de passeata, os manifestantes chegaram à Avenida Maracanã, onde policiais faziam um cordão de isolamento. O acesso só era permitido a quem tinha ingresso para o jogo. “A E I, direito de ir e vir”, gritava o grupo formado por cerca de mil pessoas, de acordo com a PM. Agentes do Batalhão de Choque usavam máscara para proteção do efeito das bombas de gás lacrimogêneo.

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