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Mais carros, chuva e imprudência causam mais mortes

Ao todo, 213 pessoas morreram nas estradas no carnaval – aumento de 48%

Por Beatriz Souza
10 mar 2011, 20h16

O aumento do número de veículos circulando nas estradas, a chuva e a imprudência dos motoristas foram as causas apontadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) para explicar o acirramento da violência no trânsito no carnaval deste ano. Segundo balanço divulgado nesta quinta-feira, em Brasília, 213 pessoas morreram nas rodovias federais entre os dias 4 e 9 de março – um aumento de 47,9% em relação ao ano passado. Foram registrados 4.165 acidentes (aumento de 28,7%), com 2.441 feridos (aumento de 27,4%). A frota de do país é de 64.817.974 veículos, segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).

Os números são os maiores desde o carnaval de 2003, quando a PRF começou a compilar os dados. Apesar de não dispor de informações precisas sobre períodos anteriores, a corporação afirma que este foi um dos carnavais mais violentos da história do país. O feriado de carnaval, como um todo, não foi o mais violento já registrado pela PRF. O topo do ranking é ocupado pelo natal de 2007: foram 196 mortes na operação realizada entre 21 e 25 de dezembro. Mas, analisado de forma isolada, o sábado de carnaval foi o quinto dia mais sangrento já visto nas rodovias federais. Houve 58 mortes – 26 em apenas um acidente, em Santa Catarina. O dia das mães de 2010 (9 de maio) teve mais mortes: 69 ao todo.

Economia – O aquecimento da economia ajuda a explicar a maior circulação nas rodovias. Em Minas Gerais, estado com a maior malha viária do país, por exemplo, o volume de tráfego aumentou 50% em relação ao ano passado. Foi lá também que houve mais acidentes (880) e o segundo maior número de mortes (29). Santa Catarina teve 36 mortes. “Existe uma tendência do aumento da violência no trânsito, por conta, principalmente, do aquecimento da economia e do maior número de veículos nas estradas”, explica o inspetor Alexandre Castilho, assessor de imprensa da PRF.

Além do fator econômico, o clima chuvoso no Sudeste não afastou os motoristas das estradas e a chuva fina e ocasional deixou as pistas mais perigosas e escorregadias, contribuindo para aumentar os acidentes.

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Noção – Na avaliação de Sergio Ejzenberg, mestre em Transportes pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e perito em acidentes, os números precisam ser analisados do ponto de vista estatístico para se ter uma noção real da violência das estradas no feriadão. Para ele, o aumento de acidentes e de feridos são proporcionais ao aumento do fluxo de tráfego, enquanto o aumento de mortes pode ser explicado pela distorção estatística provocada pelo acidente em Santa Catarina “Ao descontar os números , o percentual de aumento de mortos fica em 30%, compatível com os aumentos de acidentes e feridos”, afirma Ejzenberg.

Para os próximos feriados, a PRF afirma que será preciso identificar os locais com mais ocorrências para reforçar o policiamento. O professor de engenharia de tráfego da Universidade de Brasília (UnB), Paulo César Marques, concorda: “Não basta só investir em fiscalização eletrônica. A presença do policial inibe as infrações”. Além disso, o inspetor Castilho destaca a importância de campanhas publicitárias mais duras para alertar a população e a realização de obras viárias para tornar as rodovias mais seguras.

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