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Chefe de máfia italiana é transferido para Brasília

Scotti Pasquale foi condenado na Itália por 26 assassinatos, entre outros crimes. Ele estava foragido há 29 anos e vivia em Recife com identidade falsa

Por Da Redação
27 Maio 2015, 13h37

O mafioso italiano Scotti Pasquale, chefe Camorra Napolitana, desembarcou em Brasília (DF) na manhã desta quarta-feira. Escoltado por três homens da Polícia Federal, o mafioso foi transferido para a Superintendência da PF na capital federal após ser preso na terça-feira, em Recife (PE).

Pasquale aguardará autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para que seja levado a um presídio de segurança máxima, até que a decisão sobre sua extradição seja concluída.

O mafioso viajou escoltado em um voo comercial e, ao desembarcar por volta das 9h30, já era esperado por agentes da PF na pista do aeroporto, sem transitar pelo saguão de desembarque.

Pasquale foi condenado na Itália por 26 assassinatos, entre outros crimes. Ele estava foragido há 29 anos e vivia em Recife com a identidade falsa de Francisco Castro Visconti, um empresário de hábitos simples. Na Itália, especulava-se que ele estivesse morto.

O Ministério da Justiça italiano foi notificado da prisão pelo governo brasileiro e tem quarenta dias para enviar documentos ao país solicitando a extradição.

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Investigação – O Brasil identificou o mafioso a partir de informações da Polícia Federal da Itália. Uma investigação no país levantou suspeitas de que cerca de dez pessoas que teriam ligações com a máfia estariam vivendo em território brasileiro. Com o avanço das apurações, o cerco se fechou em torno de Pasquale, que foi identificado a partir de impressões digitais.

Segundo as investigações, o mafioso recebia anualmente uma pessoa que lhe traria informações sobre a atividade da máfia, embora já estivesse “aposentado” do cargo de chefe do braço armado da Camorra. A PF irá averiguar se Pasquale era sustentado no Brasil pelos mafiosos na Itália.

No depoimento à PF em Recife, Pasquale não comentou sobre seu envolvimento com a máfia italiana. Ele admitiu, contudo, que ingressou no Brasil por volta de 1986 e quando já estava aqui comprou registro geral (RG), cadastro de pessoa física (CPF) e um passaporte falso na cidade de Fortaleza (CE). O mafioso ainda contou aos policiais que fugiu da Itália enquanto era processado criminalmente e não havia condenação definitiva. Ele afirmou não saber quais os fatos que levaram à sua condenação, mas que “certamente era acusado de extorsão e organização criminosa”.

Empresa – De acordo com a PF, Pasquale decidiu ficar no Brasil após conhecer outro italiano, um empresário aposentado, e constituir a Brockers Comercio Importação e Exportação de Alimentos. Os dois também foram sócios em uma boate de strip-tease em Recife.

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Um dirigente da boate afirmou que a sociedade com Pasquale durou alguns meses e acabou há vinte anos. Conforme os investigadores, quem comandava a boate na época era o pai do dirigente, que não teria nenhuma relação com a máfia.

Atualmente, Pasquale disse que trabalhava como funcionário de uma fábrica de fogos de artifício. Segundo a Interpol, o mafioso escondeu até mesmo da mulher brasileira e dos dois filhos sua verdadeira identidade. Ao ser preso, após deixar as crianças na escola na manhã desta terça-feira, ele disse aos policiais: “Pasquale não existe mais. Eu sou só o Francisco”.

Conforme os investigadores, o mafioso mantinha hábitos simples. “Ele tinha uma vida de empresário, não ostentava riqueza, fazia questão de ter uma vida reservada”, afirmou o chefe da Interpol no Brasil e delegado da PF, Valdecy Urquiza Junior.

(Com Estadão Conteúdo)

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