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Madrasta teria tentado asfixiar Bernardo, segundo ex-babá

MP e Conselho Tutelar foram informados que menino teria sofrido "tentativa de asfixia". Troca de e-mails revela que Ministério Público foi comunicado em 2013

Por Da Redação
18 abr 2014, 09h35

O advogado Marlon Balbon Taborda, que representa a avó materna do menino Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, morto no dia 4 de abril, alertou ao Conselho Tutelar de Santa Maria, no dia 22 de novembro de 2013, e ao Ministério Público de Três Passos, em 6 de dezembro do mesmo ano, sobre o risco de vida que Bernardo corria ao ficar sob a custódia do pai, Leandro Boldrinie, e da madrasta Graciele Boldrini. Em troca de e-mails obtida pelo jornal Zero Hora, do Rio Grande do Sul, o advogado afirma, a partir de denúncia feita por uma babá de Bernardo, que o garoto tentou ser asfixiado em casa pela madrasta. Conforme o Ministério Público, a denúncia data de 2012.

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Em um trecho do documento, o advogado da família alerta: “A (babá) me expôs de forma categórica no telefone que quem fez isso foi a atual esposa do pai do menino. Disse também que a ‘polícia bateu lá’, e que o pai do Bernardo estaria internado por motivos alheios. Em suma, a preocupação da avó é que o seu neto esteja sem referencial de família, pois estaria abandonado pelo pai e deixado com estranhos”.

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Antes de procurar o Ministério Público, Taborda enviou a mesma denúncia ao Conselho Tutelar de Santa Maria. No documento, o advogado explica que, diante das ameaças, o menino estaria com uma outra família, que o acolheu diversas vezes.

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O texto diz o seguinte: “(A família) confirmou que o menino realmente está com ela, e que não tem e nem quer ter notícia do pai do menino Bernardo, de nome Leandro Boldrini. Que o menino está sem pai e sem mãe. Deu a entender que algo grave aconteceu, mas não disse e a avó não sabe o que… Assim sendo, o que precisa é averiguar a situação”.

O conselheiro tutelar Alexandre Almeida da Silva disse que orientou o advogado a procurar o conselho na cidade onde o menino morava com o pai, em Três Passos:

“Na época eu falei com o advogado a respeito dessa denúncia, e a avó também nos procurou. Eles falavam sobre uma possível situação de risco desse menino. Eu orientei o advogado da família a fazer a denúncia no local de domicílio da criança, como é a regra geral”, afirmou Silva.

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Os e-mails obtidos datam de novembro de 2013 e dezembro do mesmo ano. A última mensagem encaminhada pelo Ministério Público de Três Passos convida o advogado e a avó de Bernardo a irem até a cidade para esclarecer as denúncias. Taborda alegou que a avó de Bernardo tem idade avançada e não poderia se desloca.

A promotora do Conselho Tutelar Dinamárcia Maciel de Oliveira confirmou a troca de e-mails. Ela explicou que a avó do menino prestou depoimento em Santa Maria e que, em seguida, o MP pediu à Justiça que a guarda de Bernardo fosse transferida para a avó. “Eu entrei com pedido de guarda para a cliente dele (do advogado) ficar com o Bernardo no dia 31 de janeiro de 2014. Depois, o juiz optou por marcar as audiências com o pai e o menino. Eu pedi a audiência com a avó junto. Fiz tudo que estava ao meu alcance”, afirmou Dinamárcia.

Em janeiro, Bernardo foi levado ao MP por um agente da rede de proteção. Negou sofrer maus-tratos físicos e violência, mas alegou que o pai era indiferente e que a madrasta implicava com ele. No final de janeiro, a promotora ingressou com ação na Justiça pedindo que a guarda provisória fosse dada para a avó materna, em Santa Maria.

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O juiz mandou marcar uma audiência com o pai de Bernardo, que ocorreu no começo de fevereiro. Durante a conversa, o pai admitiu falhas, disse que trabalhava demais e pediu uma chance de reaproximação com o filho.

Conforme a promotora, foi estipulado um prazo para uma nova avaliação da situação. Desde então, nenhuma informação sobre problemas na relação chegou ao MP. Dinamárcia destacou que em toda a apuração não surgiu qualquer indício de que o menino corresse perigo.

Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, desapareceu no dia 4 de abril, uma sexta-feira, em Três Passos (RS). De acordo com o pai, o médico cirurgião Leandro Boldrini, 38 anos, ele teria ido à tarde para a cidade de Frederico Westphalen com a madrasta, Graciele Ugolini, 32 anos. De volta a Três Passos, o menino teria dito que passaria o final de semana na casa de um amigo. Como no domingo ele não retornou, o pai acionou a polícia. Boldrini chegou a contatar uma rádio local para anunciar o desaparecimento.

Na noite de segunda-feira, dia 14, o corpo do menino foi encontrado enterrado em um matagal na cidade de Frederico Westphalen.

Segundo a Polícia Civil, Bernardo foi dopado antes de ser morto com uma injeção letal no dia 4. No dia 14, foram presos o médico e pai do menino, a madrasta e uma terceira pessoa, identificada como Edelvania Wirganovicz, 40 anos, que colaborou com a identificação do corpo.

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