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Lula desautoriza Mantega e diz que não haverá cortes no PAC

Presidente diz que inflação tem que ser controlada e a estabilidade econômica, mantida. Mas afirma que cortes só atingirão custeio, não investimentos

Por Rafael Lemos, do Rio de Janeiro
7 dez 2010, 13h08

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desautorizou publicamente, nesta terça-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Em cerimônia realizada pela manhã no Palácio da Cidade, no Rio de Janeiro, Lula disse que não haverá cortes no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), conforme anunciara Mantega na segunda-feira. O ministro referiu-se a cortes no orçamento de 2011, ou seja, já no mandato da presidente eleita Dilma Rousseff.

“Vocês estão vendo a minha fisionomia? Vocês acham que estou com cara de que vai ser cortado um único centavo do PAC?”, perguntou o presidente aos jornalistas, para em seguida relatar que, nesta manhã, telefonou para Mantega no momento em que o ministro estava na linha com Dilma. “O Guido teve que falar com dois presidentes ao mesmo tempo”.

Lula definiu o PAC como algo “igual ao oxigênio que a gente respira.” E acrescentou que o governo tem que manter a inflação controlada, a estabilidade econômica e, ao mesmo tempo, manter dinheiro para investimento. “Isso significa que, se tiver que mexer em alguma coisa, vai mexer em custeio, não em obra de infra-estrutura.”

As declarações de Lula foram dadas durante o lançamento do programa Cartão Família Carioca, da prefeitura do Rio de Janeiro. O programa usa a mesma base cadastral do Bolsa Família, principal programa social do governo federal. E complementará a renda das cerca de 95 mil famílias mais pobres entre as 180 mil inscritas no Bolsa Família no Rio.

O programa exigirá investimento de 130 milhões por ano da prefeitura, e significará uma complementação média de 70 reais mensais por pessoa. Para ter direito ao benefício, as famílias têm que comprovar que suas crianças têm freqüência escolar superior a 90%.

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A cerimônia contou com a presença de 300 pessoas que vivem em favelas do Rio, a maioria dos complexos da Penha e do Alemão. Moradores dessas duas regiões também foram protagonistas de um vídeo institucional exibido durante o lançamento do Cartão Família Carioca.

Em seu discurso, Lula elogiou o prefeito Eduardo Paes “por levar pobres ao Palácio da Cidade” – que ocupa uma mansão no bairro de Botafogo, zona Sul do Rio, e foi construída para abrigar a Embaixada da Inglaterra.

“O que você está fazendo, prefeito, é quebrar um tabu histórico. Porque pobre só vale mais do que rico em tempo de eleição. Como nós (sic) somos maioria, qualquer candidato via para a TV falar mal de banqueiro. Até banqueiro esculacha banqueiro, empresário esculacha empresário, mas ninguém tem coragem de falar mal de pobre. Naqueles 45 dias que antecedem a eleição, pobre vira ouro”, disse Lula, respondendo ao discurso de Suzana Guido, moradora da favela da Chatuba, que fica no complexo da Penha. Ela agradeceu a Paes por não ter esquecido “da gente pobre”, e lembrou que “na hora de votar, nós também votamos.”

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