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Legistas e peritos discordam sobre horário das mortes na chacina da Brasilândia

Para médicos, pai foi atacado primeiro. Já peritos acreditam que avó e tia-avó foram mortas antes

Por Da Redação
10 ago 2013, 21h19

Médicos legistas e peritos que trabalham no caso do casal de PMs mortos em casa na Vila Brasilândia, em São Paulo, onde também foram encontrados sem vida o filho de 13 anos do casal, a sua avó e sua tia-avó, discordam sobre a ordem em que as vítimas foram assassinadas. Para os legistas, o primeiro a ser morto foi o sargento da Rota Luís Marcelo Pesseghini, de 40 anos. Ele pode ter sido assassinado até 10 horas antes dos demais, segundo o SPTV, da Globo. Já para os peritos, como mostrou reportagem do Jornal Nacional, a avó e a tia-avó do garoto foram atacadas antes.

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Reconstituição – Se confirmar que o sargento Luís Marcelo Pesseghini, 40, foi morto antes do restante, a Polícia Civil terá de alterar sua tese. Hoje, a polícia trabalha com a seguinte linha de investigação: no domingo, a família Pesseghini reuniu os familiares para um churrasco. O tenente da PM César Bovo, irmão de Andréia, a mulher do sargento, viajou de Rio Claro (SP) para a capital paulista para a confraternização, que terminou por volta das 20 horas. Vizinhos relataram que a família costumava fazer churrascos nos finais de semana.

Na manhã seguinte, o sargento acordaria às 5 horas para fazer um “bico” de segurança. Andréia seguiria para o 18º Batalhão da PM onde trabalhava no setor administrativo. Marcelo iria à escola no bairro da Freguesia do Ó.

Seguindo a mesma profissão do pai e do irmão, Andréia era uma policial militar exemplar, segundo o seu comandante Laerte Fidelis. Em 2010, um problema na coluna a tirou das ruas e ela passou a executar serviços administrativos. Há 15 anos como militar, Luis Marcelo Pesseghini costumava levar seu filho para visitar a sede da corporação. Marcelo tinha um uniforme da Rota ajustado ao seu tamanho e, segundo familiares, falava que seguiria a profissão dos pais.

Entre meia noite e uma hora da manhã, vizinhos relataram ter desconfiado do barulho na residência do casal, como Rosemary Pereira Teixeira, de 50 anos, vizinha de frente da família.

Os disparos saíram de uma pistola .40, de propriedade de Andréia. Todos os tiros – a polícia encontrou apenas cinco cartuchos na casa – atingiram a cabeça das vítimas enquanto elas dormiam, com exceção de Andréia. Ela foi encontrada com um joelho apoiado no colchão e o outro no chão. A polícia acredita que, num momento de desespero, ela tentava socorrer o marido. O casal dormia num colchão no piso da sala devido ao problema na coluna de Andréia.

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Por volta da uma hora, Marcelo saiu de casa no veículo da mãe e dirigiu cinco quilômetros até chegar próximo ao colégio – as aulas só começam às sete horas. Ele posicionou o assento do motorista para trás e dormiu durante quase seis horas. Como sofria de uma fribrose cística aguda, doença que lhe causava transtornos respiratórios, trazia consigo rolos de papel higiênico na mochila.

Por volta das 6h23, uma câmera de segurança da rua Professor João Machado, na Freguesia do Ó, mostra o garoto caminhando na calçada em direção ao colégio. Na instituição, comportou-se como nos dias anteriores: alegre e dócil, segundo colegas e professores. Para alguns amigos, contou que aquele seria o seu último dia na escola.

Por volta do meio dia, Marcelo saiu da escola com seu melhor amigo – o mesmo que relatou à polícia que ele tinha fantasias de ser “matador de aluguel”. O pai do colega lhe deu carona até a sua casa. No caminho, Marcelo pediu para pegar uma coisa que estava no carro de sua mãe, que ele mesmo teria estacionado horas antes. A polícia suspeita que o objeto era o revólver calibre 32, encontrado posteriormente dentro de sua mochila. O pai do amigo estranhou o ocorrido e perguntou a Marcelo o que carro de Andreia fazia ali àquela hora. O menino respondeu que sua mãe estava trabalhando próximo ao colégio.

Ao chegar à residência, Marcelo pediu ao pai do colega para não buzinar, pois o barulho poderia acordar o seu pai, que, segundo ele, dormia em casa. O garoto entrou na residência, largou a sua mochila na porta da sala, passou a mão na nuca da mãe – a polícia encontrou fios de cabelo na mão do garoto -, e deu um tiro na própria cabeça com a mesma arma que executara os outros familiares.

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