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Lava Jato: Vaccari é preso pela PF em São Paulo

Mulher e cunhada de tesoureiro nacional do PT também são alvos da 12ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta quarta-feira em São Paulo

Por Alexandre Hisayasu, de Curitiba, Carolina Farina e Felipe Frazão
15 abr 2015, 07h49

A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, em São Paulo, na 12ª fase da Operação Lava Jato. Preso preventivamente, Vaccari será levado para Curitiba (PR) por ordem do juiz federal Sérgio Moro.

A mulher de Vaccari, Giselda Rousie Lima, está sendo conduzida coercitivamente para depor. Ela e Vaccari foram pegos pelos policiais federais nesta manhã em casa, na Zona Sul de São Paulo.

Os agentes da PF também tentaram cumprir na capital paulista um mandado de prisão temporária contra Marice Corrêa de Lima, cunhada de Vaccari, mas ela não foi encontrada. Marice é considerada foragida da Justiça. Os agentes fariam buscas na casa dela, um apartamento na Zona Oeste da cidade. Ela deveria ser detida por cinco dias. Marice foi apontada pelo doleiro Alberto Youssef, delator do petrolão, como uma das auxiliares de Vaccari para buscar e levar propinas.

O advogado de Vaccari, Luiz Flávio Borges D’urso, disse que ainda não conhece os fundamentos que levaram o juiz a decretar a prisão e que vai providenciar um habeas corpus para soltar o réu. “Entendemos que a prisão é ilegal”, disse.

A prisão de Vaccari havia sido solicitada pelo Ministério Público em 16 de março, há quase um mês. Mas a Justiça Federal pediu mais diligências aos investigadores. Segundo o procurador da República Carlos Fernando dos Santos de Lima, pesou na decisão o fato de Vaccari já ser réu em uma ação por suspeita de desvio de dinheiro da Bancoop [Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo], entidade que presidiu. “Por ser réu no caso Bancoop e ter desviado dinheiro para o PT, mostra que ele continua a praticar o mesmo crime reiteradamente”, disse Lima.

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Doleiro diz que propina foi entregue na porta do PT

Vaccari foi apontado por delatores do petrolão, como o ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco, como um operador de propinas para o PT. Em seu acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal, Barusco disse que o tesoureiro petista recebeu, em nome do partido, de 150 milhões a 200 milhões de dólares em propinas de 2003 a 2013, por meio de desvios e fraudes em contratos com a Petrobras. Barusco se comprometeu a devolver 97 milhões de dólares recebidos como suborno.

Dois empreiteiros que foram presos, Eduardo Leite (Camargo e Corrêa) e Gerson Almada (Engevix), também relataram em depoimentos à Justiça Federal que Vaccari pedia que os pagamentos de propina ao partido fossem dissimulados na forma de doações eleitorais registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo Leite, Vaccari sugeriu que ele depositasse em contas de campanha cerca de 10 milhões de reais cujo repasse estava “atrasado”, em 2010.

Na semana passada, Vaccari depôs na CPI da Petrobras e negou todas as acusações feitas pelos delatores. Apesar disso, admitiu encontros com Barusco e com o diretor de Serviços da estatal Renato Duque, outro indicado do PT e do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Duque era uma espécie de representante dos interesses do partido e de construtoras do “clube do bilhão” na Petrobras, segundo as investigações, e teve cerca de 20 milhões de euros bloqueados na Suíça. O tesoureiro petista também admitiu aos deputados na CPI que frequentou o escritório do doleiro Alberto Youssef, principal delator do petrolão. Youssef disse que mandou entregar ao tesoureiro 800.000 reais em dinheiro, em depoimento ao juiz Sérgio Moro.

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(Com reportagem de Mariana Zylberkan)

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