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Kassab, agora, decide disputar o Senado na chapa de Skaf

Ex-prefeito da capital paulista muda de ideia mais uma vez e assume a candidatura da qual declinou Henrique Meirelles, ex-presidente do BC

Por Felipe Frazão
30 jun 2014, 13h09

(Atualizada às 20h)

Três dias depois de afirmar que não seria candidato a nenhum cargo neste ano, o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab mudou de ideia – mais uma vez – e decidiu agora disputar o Senado pelo PSD. Kassab substituiu de última hora o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles (PSD), que recusou no domingo à noite o convite do candidato do PMDB ao Palácio dos Bandeirantes, Paulo Skaf, para disputar a vaga de senador. A candidatura de Kassab foi anunciada nesta segunda-feira pelo ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos (PSD), durante a convenção estadual do partido na capital paulista.

O ex-prefeito articulou em diversas frentes seu apoio e o próprio futuro nas eleições de outubro. Em janeiro, chegou a afirmar que disputaria o governo de São Paulo. Depois, passou a negociar com o PSDB: os tucanos costuraram com Kassab a abertura de vaga de vice na chapa de Geraldo Alckmin e, posteriormente, uma vaga ao Senado. O presidente do PSD negociou também com o PT, que lançou o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha na corrida pelo Palácio dos Bandeirantes.

Ao explicar mais uma mudança em seus planos eleitorais, Kassab disse que foi convencido por “complô” liderado Afif e pelo ex-governador paulista Cláudio Lembo (PSD) a assumir o posto de candidato a senador na chapa de Skaf. “Na sexta-feira, todas as minhas energias eram direcionadas para convencer o Henrique Meirelles a ser candidato a senador. Ontem [domingo] à noite, ele se comunicou comigo e definiu não aceitar o convite. Hoje de manhã, quando eu trouxe a decisão para o partido, começou uma movimentação liderada pelos meus conselheiros Afif e Lembo mostrando que eu estava errado em não analisar [a candidatura]. É a mais pura sinceridade. A partir disso, do trabalho deles ligando para um e para outro, fui me convencendo pela manifestação líderes, amigos e parlamentares que era correta a análise e que diante da negativa do Meirelles a postulação ao Senado era legítima.”

A decisão do ex-governador José Serra (PSDB) – aliado de Kassab – de disputar a Câmara dos Deputados em vez da vaga única ao Senado foi determinante para que Kassab assumisse a posto deixado por Meirelles. “Ele [Serra] já não é mais candidato ao Senado. Se ele fosse, eu não seria”, disse Kassab. A ex-vice-prefeita de São Paulo Alda Marco Antônio (PSD) será a primeira suplente de Kassab e o sindicalista Ricardo Patah (PSD), o segundo. O partido ratificou na convenção estadual o apoio à candidatura de Paulo Skaf (PMDB) ao governo do Estado. Patah alfinetou o principal adversário de Kassab, o senador petista Eduardo Suplicy, que tentará a reeleição pela terceira vez: “Precisamos ter alguém responsável para trazer recursos para São Paulo e não para ficar cantando no Senado”. O deputado estadual Major Olímpio Gomes (PDT) adotou tom semelhante contra Suplicy. “O momento é termos um senador representante do nosso Estado que nos dê orgulho, que não seja motivo de chacota, de gozação, que não fique fazendo musiquinha pelas ruas”, disse o pedetista.

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Kassab disse que tentará se eleger senador para “ajudar” a presidente Dilma Rousseff e para que São Paulo “volte a ter importância no cenário político brasileiro”. Skaf afirmou que formará um governo com “os melhores” e deu o tom das críticas de sua campanha ao governo Alckmin, com palavras como “eficiência, competência, modernidade e seriedade”. “A família cresceu”, disse Skaf. “Hoje, PSD, Pros, PDT e PMDB são uma só família com objetivo de transformar São Paulo numa referência internacional. O que falta em nosso Estado é uma gestão que dê resultado.”

Dilma – O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), disse que a aliança com o PSD “facilitará muito a campanha” da presidente Dilma Rousseff no Estado. Ele também conclamou o PSD a forma um bloco partidário com o PMDB. “Vamos desde já pensar na formação de um grande bloco na área federal, porque serão eleitos muitos deputados federais do PSD, PMDB, PDT e do Pros. Na Câmara, essa aliança é fundamental, como será aqui [em São Paulo] quando se formar um grande bloco de sustentação na Assembleia Legislativa”, disse Temer.

Também vice-governador do Estado, Afif disparou indiretamente contra governador tucano Geraldo Alckmin. Ele disse que Skaf “traz uma visão nova para o Estado”. “Vamos formar uma chapa que vai colocar medo nos nossos adversários”. Afif foi uma das principais vozes do PSD a se manifestar, nos bastidores, contra a reedição de uma aliança com os tucanos. Os correligionários de Kassab reclamam que tucanos tentaram atrapalhar a fundação do PSD. Afif disse que a presidente Dilma, ao contrário, apoiou a criação do PSD – enquanto “todos apostaram contra Kassab”. “O Brasil apostou contra o Gilberto Kassab, o Brasil apostou contra o PSD. Mas nós fomos vitoriosos. A presidente Dilma nos ajudou muito e aqui a gente faz um reconhecimento. É por isso que o partido, dando a palavra, apoiou a sua reeleição”, disse Afif.

O ex-governador paulista Cláudio Lembo afirmou que Skaf fará São Paulo “avançar e ser verdadeiramente progressista”. “Estamos alterando os costumes políticos de São Paulo, sempre o mesmo, cansativo. Não aconteceram acordinhos de bastidores nem de palácio”, disse o ex-vice-governador de Alckmin.

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Secretário – Kassab provocou na sexta-feira uma verdadeira reviravolta no cenário eleitoral em São Paulo: desembarcou da candidatura de Alckmin – que os tucanos davam como certa – e anunciou apoio a Skaf. O peemedebista convidou, então, Henrique Meirelles para concorrer ao Senado. O ex-chefe do BC recusou a oferta, o que levou Skaf a convidá-lo, durante a convenção desta segunda, a ser seu secretário de Estado da Fazenda, em um eventual governo do PMDB em São Paulo. “Quem vai cuidar da grana de São Paulo vai ser o Henrique Meirelles”, disse Skaf.

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“Minha conclusão é de que minha experiência não é como parlamentar. O melhor que eu teria a oferecer seria no Executivo. Tenho compromissos nacionais e internacionais que resolvi manter”, afirmou Meirelles durante a convenção. O ex-presidente do BC deve participar da formulação do programa de governo de Skaf: “Vamos dar conteúdo econômico à campanha”.

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