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Justiça ouve menores envolvidos em estupro de meninas no Piauí

Em depoimentos à Polícia Civil, os quatro adolescentes confessaram participação no crime

Por Felipe Frazão 11 jun 2015, 07h50

A Justiça e o Ministério Público do Piauí ouvem nesta quinta-feira, pela primeira vez, os quatro adolescentes envolvidos no brutal estupro de quatro meninas em Castelo do Piauí, a 180 quilômetros de Teresina. O menores vão depor diante do juiz Leonardo Brasileiro e do promotor Cezário Cavalcante Neto, além de defensores públicos e conselheiros tutelares. A audiência se dará na capital do Estado porque a polícia não garantiu a segurança no fórum da cidade em que ocorreu o crime – revoltada com a barbárie, a população de Castelo chegou a protestar diante da delegacia local, ateando fogo a pneus, quando o crime foi descoberto.

Vídeo: menor detalha estupro de meninas no Piauí

Os estupros colocaram a cidade sob tensão e provocaram comoção em todo Estado: quatro garotas, com idades entre 15 e 17 anos, foram agredidas sexualmente pelos menores e por um traficante de 39 anos. As vítimas foram vendadas e amordaçadas com os sutiãs e calcinhas que usavam. Depois dos estupros, foram amarradas pelos punhos e pelos pés e arremessadas de um morro com altura de oito metros. Os criminosos ainda atiraram pedras nas jovens. Uma das vítimas, Danielly Rodrigues, de 17 anos, morreu no domingo. Das três sobreviventes, uma ainda está internada Hospital de Urgências (HUT), em Teresina, mas não corre risco de vida.

Nesta quarta-feira, o comandante-geral da Polícia Militar do Piauí, Carlos Augusto Góes de Souza, e o comandante de policiamento do interior, Paulo de Tarso Soares de Araújo, informaram, por meio de ofício ao juiz, que, pelo clamor popular, temiam pela segurança dos menores se a audiência fosse realizada no interior do Estado. Os comandantes disseram que não houve tempo para planejar o policiamento adequado, além de terem reclamado de “falta de verba” para pagar os policiais que precisariam ser descolados para o acanhado Fórum de Justiça de Castelo do Piauí – a sede do Judiciário fica ao lado de uma pequena delegacia, que tem efetivo reduzido e quase foi invadida no dia da apreensão em flagrante dos jovens infratores.

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Os pais dos menores, todos com idade entre 15 e 17 anos e com passagens anteriores pela polícia, foram intimados a comparecer e serão levados por carros da prefeitura pela manhã a Teresina. Os menores não foram oficialmente informados da morte de Danielly. À Polícia Civil, todos confessaram participação e disseram que agiram sob ameaça do traficante Adão José Silva Souza, indiciado por estupro, homicídio, três tentativas de homicídio, associação criminosa e corrupção de menores. Ele será denunciado à Justiça.

Na última segunda, o promotor Cezário Neto pediu ao juiz a internação sem prazo determinado dos quatro menores pelos atos infracionais equivalentes aos crimes pelos quais Souza foi indiciado. “Há fortes indícios de autoria e materialidade. Eles agiram dominados pela droga”, disse o promotor, que baseou seu parecer nos depoimentos tomados pela Polícia Civil. Souza está preso na Casa de Detenção Provisória de Altos. Os quatro menores foram apreendidos por 45 dias, isoladamente, no Centro de Internação Provisória de Teresina (CEIP).

Após a audiência, o juiz abrirá os prazos para oitiva de testemunhas de defesa, alegações finais da defesa e da acusação para então decidir pela internação, remissão (perdão) ou arquivamento da investigação. Se forem considerados culpados, os menores podem ficar até três anos no Centro de Educacional Masculino (CEM) de Teresina. A punição, porém, é reavaliada a cada seis meses, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente.

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