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Justiça decreta prisão preventiva de ex-diretor da Petrobras

Paulo Roberto Costa é suspeito de receber propina por obras da refinaria Abreu e Lima. Executivo e a mulher tiveram bens bloqueados

Por Daniel Haidar, do Rio de Janeiro
25 mar 2014, 07h37

A 13ª Vara Federal de Curitiba decidiu, nesta segunda-feira, decretar a prisão preventiva de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. Investigado pela operação Lava Jato da Polícia Federal, Costa foi preso na última quinta-feira por ocultar provas da Justiça. O prazo do mandado de prisão preventiva venceria nesta terça-feira, mas a Justiça decidiu que Costa deve permanecer na cadeia, por prazo indeterminado, para evitar nova destruição de provas. Também contribuiu para a decisão a suspeita de que ele recebeu propina do doleiro Alberto Youssef, principal alvo da operação, por obras da refinaria Abreu e Lima, entre 2011 e 2013. Costa é investigado pelo crime de corrupção passiva.

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Em 17 de março, quando Youssef e outros doleiros foram presos pela PF, Costa era alvo apenas de um mandado de busca e apreensão. Parentes do ex-diretor da estatal, contudo, foram flagrados retirando documentos do escritório dele na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, e a polícia pediu a prisão de Costa para evitar nova destruição de provas.

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Mesmo depois de preso, investigadores flagraram uma tentativa do ex-diretor da Petrobras de driblar a Justiça. Na última sexta-feira, a mulher dele, Marici da Silva Azevedo Costa, resgatou 1,5 milhão de reais em aplicações que mantinha em conta conjunta com o marido. Os recursos foram transferidos para uma conta individual dela, segundo relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Por isso, Costa e Marici tiveram os ativos financeiros bloqueados pelo Banco Central nesta segunda-feira.

Desde que foi preso, o ex-diretor não apresentou explicações para o recebimento de comissões, que aparentam ser fruto de propina, pagas pelas empresas MO Consultoria e GFD Investimentos, ambas controladas por Youssef. Costa foi apontado como destinatário dessas comissões em planilha obtida pela PF. Os pagamentos foram feitos entre julho de 2011 e julho de 2012. Costa deixou a Petrobras no fim de abril de 2012. No documento eletrônico, há referência à sigla “CNCC”, que os policiais consideraram um código dado ao Consórcio Camargo Corrêa, responsável por parte das obras de 8,9 bilhões de reais da refinaria Abreu e Lima, investimento coordenado e fiscalizado por Costa como diretor da estatal. Também foram apresentados à Justiça, para fundamentar o pedido de prisão, documentos que sugerem uma conta corrente de Paulo Roberto Costa compartilhada com Youssef e contas comuns no exterior.

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Cerca de 1,2 milhão de reais em dinheiro vivo foram apreendidos no apartamento de Costa. Essa quantia estava dividida em 751.400 reais, 10.850 euros e 181.495 dólares em espécie. Investigadores suspeitam que o dinheiro tenha origem ilícita.

Para justificar a ligação de Costa com Youssef, o advogado Fernando Fernandes alegou que o ex-diretor recebeu um Land Rover Evoque blindado como pagamento de 300.000 reais pela prestação de um serviço de consultoria. Mas não foram apresentados documentos, relatórios, recibos de pagamento, ou sequer mencionado o objeto e a forma de prestação do serviço. A polícia suspeita que o carro seja uma compensação recebida pela atuação de Costa como diretor da Petrobras.

A defesa de Costa teve um pedido de liberdade negado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região e aguarda o julgamento de outro pedido pelo Superior Tribunal de Justiça.

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