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Justiça decreta prisão preventiva de Cerveró

Mandado de prisão era temporário e expiraria no sábado. Juiz aponta evidências de que ex-diretor da Petrobras quis esconder bens da Justiça

Por Gabriel Castro, de Brasília
22 jan 2015, 18h09

A Justiça Federal no Paraná determinou nesta quinta-feira a prisão preventiva de Nestor Cerveró, ex-diretor internacional da Petrobras. Cerveró já está preso de forma temporária em Curitiba (PR), mas o mandado inicial, que tinha prazo de dez dias, se encerraria neste sábado. Com a nova decisão, ele permanecerá detido por tempo indeterminado.

Em seu despacho, o juiz Sérgio Moro corrobora a suspeita sobre a venda de três imóveis por Cerveró para seus filhos em junho deste ano, que já haviam sido mencionados no primeiro pedido de prisão.

“Há veementes indícios de que os bens referidos foram transferidos por valores muito abaixo dos de mercado”, diz o juiz, em referência a dois dos imóveis.”A conclusão óbvia é que o objetivo é frustrar a aplicação da lei penal, ocultando os bens ou colocando-os fora do alcance da Justiça criminal mediante transferência a terceiros”, prossegue.

O juiz também considera relevante a informação, apresentada pelo Ministério Público, de que Cerveró ocultou possuir cidadania espanhola, o que facilitaria uma eventual fuga do país. Moro afirma ainda que há o risco de que Cerveró prossiga suas atividades criminosas se obtiver liberdade. Embora esteja fora da Petrobras, ele ainda possuiria condições de praticar lavagem de dinheiro – como indica a negociação suspeita dos imóveis. “Nem mesmo a investigação e a persecução criminal foram suficientes para coibir a prática destes atos de lavagem ainda no ano de 2014”, diz Moro.

Ao conceder o pedido, o magistrado conclui: “Reputo, no contexto, preenchidos os pressupostos para a decretação da prisão preventiva, especificamente boa prova de materialidade e autoria de crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro, não só os já denunciados, mas também os ainda em investigação”.

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Propina – De acordo com a acusação contra Cerveró, aceita pela Justiça em dezembro, o ex-diretor recebeu 15 milhões de dólares, a partir da mediação do lobista Fernando Baiano, para a consolidação de um contrato com a Samsung Heavy Industries. Depois de ter embolsado a propina, Cerveró, na condição de diretor da Área Internacional da Petrobras, recomendou à Diretoria Executiva da estatal a contratação da empresa sul-coreana por 586 milhões de dólares.

Em uma segunda etapa, por meio de Fernando Baiano, Cerveró teria recebido mais 25 milhões de dólares para que a Samsung Heavy Industries conseguisse um contrato para o fornecimento de outro navio sonda para perfuração de águas profundas ao custo de 616 milhões de dólares. O total de 40 milhões de dólares em vantagens indevidas, que o empresário Julio Camargo afirma ter sido destinado a Fernando Baiano, terminou, segundo apuração do Ministério Público, nas mãos de Cerveró.

Pasadena – O ex-diretor também foi um dos principais responsáveis pela desastrosa aquisição da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, um negócio que rendeu prejuízo de 792 milhões de dólares à Petrobras, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU). Na época diretor da Área Internacional da estatal, Cerveró elaborou um parecer favorável ao negócio apresentado ao Conselho de Administração da Petrobras.

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