Justiça decreta prisão preventiva de motorista que atropelou ciclista em SP
Alex Siwek, de 21 anos, permanecerá preso durante o andamento do inquérito; ciclista que teve o braço decepado segue internado com quadro estável
A Justiça de São Paulo decretou a prisão preventiva de Alex Siwek, de 21 anos, o motorista que atropelou o ciclista David Santos de Souza na Avenida Paulista, na madrugada de domingo. No acidente, o ciclista, que também tem 21 anos, teve o braço amputado. Ele foi transferido para um quarto no Hospital das Clínicas e seu quadro é estável.
O despacho foi feito pelo juiz corregedor do Departamento de Inquéritos Policiais (Dipo), Kleber de Aquino, na noite desta quarta-feira. Siwek estava preso em flagrante no Centro de Detenção Provisória do Belém, na Zona Leste da cidade e, com a mudança, deverá permanecer preso durante o andamento do inquérito. Os advogados do motorista tinham entrado com pedido de liberdade provisória.
O Ministério Público de São Paulo anunciou que contestará a decisão do juiz Alberto Anderson Filho, do 1º Tribunal do Júri, de que Siwek não deve ser julgado por crime intencional (doloso), como havia pedido a Polícia Civil e a própria promotoria. Na avaliação do magistrado, a ação foi culposa (sem intenção), e por isso precisa ser apreciada por uma Vara regional ou central.
O motorista responderá por quatro crimes: tentativa de homicídio simples, embriaguez ao volante, fuga do local do crime e por ter jogado o membro da vítima num córrego.
Crime – O choque aconteceu por volta das 5h30 de domingo quando Siwek e seu amigo Diego de Luna Gaio trafegavam pela Avenida Paulista. De acordo com relatos de testemunhas no boletim de ocorrência, o carro seguia em “zigue-zague” entre os cones de sinalização da ciclofaixa exclusiva para bicicletas, que costuma ser instalada na avenida aos domingos e feriados – a faixa seria aberta pouco mais de uma hora depois do acidente, às 7h, mas os cones já estavam no local. O carro seguiu assim até atingir a vítima, que teve o braço decepado na colisão.
O motorista não prestou socorro e seguiu no sentido da estação Paraíso do metrô, numa das extremidades da avenida. Depois, deixou Gaio em casa e seguiu para o Córrego do Ipiranga, na Avenida Ricardo Jafet, na Zona Sul, onde jogou o braço amputado da vítima. Em seguida, o estudante deixou o carro em sua casa e foi até uma delegacia onde disse ter “matado um homem”. Segundo o boletim, ainda com sinais de embriaguez e sem saber que a vítima não tinha morrido, ele confessou ter jogado o membro do ciclista no córrego.
Laudo do IML (Instituto Médico Legal) confirmou que o motorista apresentava sinais de embriaguez. O exame clínico foi feito seis horas após o acidente e considera aspectos físicos, como hálito de bebida, vermelhidão nos olhos e o comportamento do motorista, por exemplo. Siwek se recusou a fazer o teste do bafômetro ou permitir a coleta de sangue para atestar a quantidade de álcool ingerido. A casa noturna na qual ele esteve com o amigo antes do acidente informou que ambos consumiram bebidas alcóolicas.
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