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Envolvidos no escândalo da Máfia do Apito são condenados

Ex-juiz Edilson Pereira terá de pagar indenização milionária; CBF vai ter de dividir o prejuízo

Por Da Redação
26 fev 2011, 09h58

Após cinco anos de impunidade, os envolvidos no escândalo da Máfia do Apito foram sentenciados pela primeira vez. O ex-juiz Edilson Pereira da Rocha, personagem central do caso, terá de pagar uma indenização milionária pelos “danos materiais e morais causados aos consumidores pela manipulação do Campeonato Brasileiro de 2005”.

Ao lado de empresários paulistas, Edilson teria fraudado resultados das partidas que apitava (ler entrevista abaixo). A história, revelada por VEJA, resultou na anulação de onze partidas do torneio.

A sentença foi proferida pelo juiz da 17º Vara Cível José Paulo Camargo Magano Também foram considerados culpados o empresário Nagib Fayad, responsável pela ponte entre apostadores e os árbitros corruptos, e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) por “não cumprir o dever de garantir a observância de regras que garantissem o regular andamento dos campeonatos”.

Em conjunto, os três condenados terão de desembolsar, a título de indenização à sociedade o valor de 160 milhões de reais. O valor terá de ser depositado no Fundo Especial de Despesa de Reparação de Interesses Difusos Lesados, sob responsabilidade do estado de São Paulo.

Tentação – Desde 2005, quando VEJA revelou que Edílson Pereira de Carvalho era um juiz ladrão, ele nunca mais apitou uma partida de futebol. Na última quinta-feira, o ex-árbitro da Fifa concedeu a seguinte entrevista:

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O que o levou a aceitar dinheiro para manipular resultados?

Eu caí em tentação. Começou com um jogo na Argentina, pela Libertadores de 2005. Era para ajudar o time da casa, o Banfield, a ganhar do Alianza Lima, do Peru. O rapaz me pagou antes e eu pensei: “Se der errado, já está pago”. O Banfield ganhou por 3 a 2. Depois veio um jogo do Campeonato Paulista…

Qual era o jogo?

Palmeiras e América, de São José do Rio Preto. Era para ajudar o América a ganhar. A tentação vai crescendo e fica difícil parar. Eu não tinha dívida, mas dinheiro chama dinheiro. Se você tem um carro, quer um maior. Depois, quer ter dois carros. A gente não pensa em nada quando vê o dinheiro na frente.

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Em que o senhor trabalha hoje?

Em 2008, tentei montar um bar, mas não deu certo. Depois, trabalhei num bar de uma amiga. Para aumentar a renda, também entregava marmitas com a minha moto. Há cinco meses, consegui emprego aqui no clube. Comecei no bar da sauna, fiz um bom trabalho e fui promovido. A sauna tinha muitas reclamações e eu coloquei tudo em ordem. Agora, cuido do bar principal, como um gerente.

Ninguém pede para você para o senhor apitar jogos por aí?

Não. Às vezes, eu jogo com o pessoal — sou lateral esquerdo. Mas, olha, tenho a consciência tranqüila: não matei, não prejudiquei ninguém. A única pessoa que eu prejudiquei fui eu mesmo. Mas eu aprendi. Aqui no clube, mexo com dinheiro o dia todo. Não pego um real, um sorvetinho, nada. Nenhuma coisa me deixa tentado a fazer algo errado. Eu pisei na bola, mas o tempo cura tudo.

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