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Justiça bloqueia bens e quebra sigilo do deputado Bethlem

Decisão atinge também a ex-mulher do parlamentar, Vanessa Felippe, a ONG Casa Espírita Tesloo e o major reformado da Polícia Militar Sérgio Pereira de Magalhães Junior

Por Da Redação
5 ago 2014, 09h02

A Justiça do Rio de Janeiro decretou na segunda-feira o bloqueio dos bens e a quebra dos sigilos bancário e fiscal do deputado federal Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ), de sua ex-mulher Vanessa Felippe, da ONG Casa Espírita Tesloo e do major reformado da Polícia Militar Sérgio Pereira de Magalhães Junior, ex-presidente da entidade. Em 25 de julho, o site de VEJA revelou que Bethlem operava um esquema de corrupção na prefeitura do Rio – ele deixou o secretariado para tentar a reeleição na Câmara.

Áudios e vídeos mostram Bethlem, que já chefiou as secretarias de Ordem Pública, Assistência Social e Governo do Rio, em conversas com a ex-mulher, Vanessa Felippe, afirmando que recebe mensalmente propina da ONG Tesloo, contratada para administrar o cadastro único de programas sociais da prefeitura – usado para pagamento de programas como o Bolsa Família e o Cartão Família Carioca. “Eu tenho de receita em torno de 100.000 reais por mês”, afirma o peemedebista na gravação, explicando que, do contrato, retirava entre 65.000 e 70.000 reais por mês. A prefeitura instaurou uma auditoria especial para apurar irregularidades nos contratos firmados por ele.

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O pedido foi apresentado na sexta-feira pela promotora Gláucia Santana, da 5ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Cidadania e atendido, por meio de liminar (decisão provisória) pela juíza Alessandra Cristina Tufvesson Peixoto, da 3ª Vara da Fazenda Pública do Rio. Por decisão judicial, essa ação tramita em segredo de justiça, então não é possível ter acesso aos detalhes da decisão.

O Ministério Público investiga ainda se a pensão paga por Bethlem a Vanessa após a separação do casal foi paga com propina da ONG. Por isso os bens de Vanessa também foram bloqueados. Apesar da investigação estar em curso há meses, a revelação feita por VEJA, de que o ex-secretário recebia pagamentos da Tesloo, motivou novas cobranças do Ministério Público. O vice-prefeito do Rio, Adilson Pires (PT), que responde pela Secretaria Municipal de Assistência Social, já foi alvo de três ofícios da Promotoria, em que é cobrado a enviar a íntegra dos processos administrativos com todas as contratações da Tesloo. A ordem foi ignorada, de acordo com a promotora Gláucia Santana. O último pedido venceu no dia 21 de julho.

Não é a primeira vez que o deputado Rodrigo Bethlem tem seu nome ligado a personagens de atividades nebulosas. Filho da atriz Maria Zilda Bethlem, foi subsecretário de Governo de Rosinha Garotinho em 2006. Na época, nomeou como seu assessor especial o bombeiro Cristiano Girão, miliciano da Zona Oeste do Rio de Janeiro, preso desde 2009. A relação de Bethlem com grupos de extermínio também foi alvo da CPI das Milícias da Assembleia Legislativa do Rio, em 2008. O deputado foi arrolado como testemunha de defesa de um homicídio de que eram acusados os irmãos Jerônimo e Natalino Guimarães, ex-vereador e ex-deputado estadual líderes da Liga da Justiça, o mais perigoso grupo paramilitar do Rio.

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Durante a conversa gravada, a existência de outra mesada para complementar a renda é revelada, desta vez relacionada a um contrato de fornecimento de lanches nas ONGs que prestam serviço na área social. Neste caso, o rendimento é menor – cerca de 15.000 reais, segundo afirmou o próprio deputado. “Até quando? “, pergunta Vanessa. “Até quando existir convênio”, responde Bethlem sem titubear. Fica acertado pelo casal, depois de alguns bate-bocas, o pagamento de cerca de 45.000 reais por mês para Vanessa. Bethlem explica na gravação que entregará um pouco menos da metade dos seus rendimentos porque precisará de dinheiro para reestruturar a sua vida. A ex-mulher aceita a oferta.

Em nota, Bethlem afirmou que as acusações são infundadas e que sua ex-mulher passava por um momento de “confusão mental”.

(Com Estadão Conteúdo)

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