Justiça aceita pedido de Suzane. E a mantém em regime fechado
Juíza responsável pelo caso afirma que progressão é direito, não obrigação. Detenta afirmou que não se sentiria segura em outra unidade prisional
A Justiça acatou pedido de Suzane Von Richtofen para mantê-la em regime fechado. Condenada a 38 anos e 6 meses de prisão pelo assassinato dos pais Manfred e Marísia von Richthofen, em 2002, Suzane foi beneficiada com a progressão para o semiaberto na semana passada. Mas pediu à Justiça para seguir na cadeia, alegando que não se sentiria segura em outra unidade prisional e que precisa do salário que recebe pelos serviços prestados dentro da penitenciária. A juíza Sueli Zeirak de Oliveira Armani, da Vara das Execuções de Taubaté, aceitou a solicitação. Segundo ela, a progressão para o semiaberto é “um direito e não uma obrigação. Logo, se não há interesse, não há como impor o benefício à sentenciada”, afirma a sentença.
Além dessa decisão, a juíza determinou a desconstituição dos defensores, transferindo a responsabilidade de representar Suzane para a Defensoria Pública. “Que seja anotada a desconstituição dos Defensores, Dr. Denivaldo Barni e Denivaldo Barni Junior, os quais deverão ser cientificados, dando-se vista dos autos à Defensoria Pública, que a partir desta data fica nomeada para defender os interesses da sentenciada”, segundo a sentença.
No dia 11 de agosto, a defesa de Suzane havia encaminhado pedido de progressão de regime à Justiça. Levando em consideração o bom comportamento e o tempo que a detenta permaneceu presa – doze anos -, a juíza Sueli concedeu o benefício. O Ministério Público Estadual (MP) havia se manifestado contra a progressão da pena e a transferência de Suzane para o semiaberto. O órgão havia entrado com recurso para impedir a transferência nesta segunda-feira.
Acervo digital: Verdades e mentiras de Suzane von Richtofen
Suzane é considerada uma das presas mais influentes e com melhor comportamento na Penitenciária de Tremembé. Ela trabalha na confecção que funciona nas dependências do presídio e é responsável pelo controle de qualidade das peças. É “chefe” de Anna Carolina Jatobá, condenada pelo assassinato da enteada Isabella Nardoni em 2008. Os irmãos Cristian e Daniel Cravinhos, comparsas de Suzane no crime, cumprem pena em regime semiaberto desde fevereiro de 2013. Eles trabalham em uma oficina nas dependências da penitenciária.