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Julgamento de Bola será o mais longo do Caso Bruno

Diante de novos pedidos da defesa, juíza prevê mais 2 ou 3 dias de sessão

Por Pâmela Oliveira, de Contagem
25 abr 2013, 21h05

Ainda não há previsão para o fim do julgamento de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. Depois de mais um dia de confusão, bate-boca e intervenções bizarras da defesa, a juíza Marixa Fabiane calcula que o júri – iniciado na segunda-feira – ainda se estenda por mais dois ou três dias, configurando-se o mais longo do Caso Bruno. Nesta sexta começam a ser lidas peças do processo requisitadas por acusação e defesa. O promotor Henry Castro diz que suas solicitações não devem ultrapassar uma hora de leitura. Já o advogado Ércio Quaresma – quando fez seu pedido de leitura completa de sete ou oito laudos periciais que devem totalizar 200 páginas – obrigou a juíza a anunciar: “O julgamento não se encerrará amanhã (sexta)”.

Em novembro, quando era Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, no banco dos réus, o julgamento durou cinco dias – considerando que o primeiro dia de audiência foi praticamente inútil devido às manobras de Quaresma que resultaram no desmembramento dos processos dos principais envolvidos. O júri do goleiro Bruno Fernandes, no mês passado, foi ainda menor, encerrando-se na madrugada do quarto dia. Já o de Bola, apontado como o executor de Eliza Samudio a mando de Bruno e com a ajuda de Macarrão, levará, no mínimo, sete dias.

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O promotor prevê o fim para a madrugada de domingo. Quaresma já deixou clara sua intenção de o veredicto ser anunciado “ao vivo no Fantástico”, na noite de domingo, confiante na absolvição do réu. A juíza, entretanto, ainda não decidiu se levará os trabalhos pelo fim de semana – ela pode encerrar a sessão nesta sexta-feira e retomá-la somente na segunda. Logo ao constatar a prorrogação do prazo (a contragosto), a magistrada pediu que os jurados fornecessem o telefone de algum familiar que pudesse enviar-lhes roupas e remédios de uso controlado.

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Delegado – Além da duração, o júri de Bola já tem outro recorde: o do depoimento mais extenso. O delegado Edson Moreira, que chefiou o inquérito sobre o sequestro e a morte de Eliza Samudio, foi interrogado por mais de 11 horas, entre a quarta e a quinta-feira. E poderia ser mais. Quaresma – que foi quem arrolou a testemunha e, portanto, tinha o direito de perguntar primeiro – prometeu pelo menos mais doze horas de perguntas longas e repetitivas. Mas, por intervenção do promotor, que ameaçou deixar o plenário, a juíza cassou a palavra do advogado. Ao assumir seu lugar, o assistente Fernando Magalhães encerrou em menos de meia hora depois.

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Em seguida, Henry Castro, enfim, teve a palavra. Ouviu da juíza um pedido para ser breve e levou uma hora e cinquenta minutos – praticamente nada perto do cansativo circo armado pela defesa. Suas perguntas ficaram concentradas em três pontos: rebater as críticas de Quaresma sobre o trabalho policial, desmontar a teoria de que Bola não matou Eliza só porque não foi encontrado vestígio de sangue na casa dele e as suspeitas sobre o comportamento do defensor ao longo de todo o processo.

Moreira disse que participou pessoalmente das investigações porque, por determinação do governador de Minas Gerais, foi organizada uma força-tarefa para elucidar o crime. Lembrou, também, de uma exigência do governo para que crimes de grande proporção sejam acompanhados pelos ocupantes de postos mais altos na Polícia Civil – como o ocupado por ele à época. Sobre a ausência de vestígios de sangue da vítima, o ex-delegado concordou com o promotor que se criminosos amadores, como Bruno e Macarrão, conseguiram apagar as marcas da casa de Bruno, um matador experiente como Bola não teria dificuldades para fazer o mesmo.

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Concluindo os questionamentos, Henry explorou o passado de Ércio Quaresma. Afirmou que o advogado é amigo, há mais de vinte anos, do homem acusado de executar Eliza. Com a ajuda de Moreira, mostrou aos jurados que dois advogados de Dayanne Souza denunciaram, na Corregedoria da Polícia Civil, que foram ameaçados de morte pelo defensor de Bola por terem acompanhado uma oitiva de Dayanne e tentado defendê-la. Recordou também que Ingrid Calheiros, atual mulher de Bruno, também contou ter sido ameaçada por Quaresma. Por fim, o promotor salientou que Moreira é vereador atualmente – o terceiro mais votado de Belo Horizonte, com 10.532 votos. Perguntado se mais alguém no plenário havia sido candidato, o ex-delegado apontou Quaresma, que recebeu 342 votos.

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