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Justiça afasta juíza envolvida em suspeita de cobrar propina para libertar o goleiro Bruno

Ingrid Oliveira, noiva do jogador, prestou depoimento ao Ministério Público de Minas Gerais, afirmando que magistrada estaria cobrando 1,5 milhão de reais

Por Da Redação
28 jul 2011, 09h16

Pelas investigações da Polícia Civil mineira, a morte de Eliza completou um ano no último dia 10. Desde então, Bruno e outros oito acusados do crime tiveram 59 habeas corpus negados pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais

A juíza Maria José Starling, da comarca de Esmeraldas (MG), envolvida em uma suspeita de cobrança de propina para vender um habeas corpus para a libertação do goleiro Bruno, foi afastada de suas funções. A medida foi publicada na quarta-feira no Diário do Judiciário de Minas Gerais. A dentista Ingrid Calheiros Oliveira, noiva do goleiro Bruno Fernandas, acusou a juíza e um advogado de tentativa de extorsão para colocar o goleiro em liberdade. Bruno está preso desde julho do ano passado, acusado do sequestro e assassinato de sua ex-amante, Eliza Samudio, de 25 anos.

Ingrid formalizou a acusação em depoimento a representantes do Ministério Público, da OAB mineira, da ouvidoria de polícia e das comissões de Direitos Humanos e de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas. A decisão de afastar a magistrada foi proferida pelo desembargador Mário Lúcio Carreira Machado. A deliberação havia sido dada pela Corte Superior com base no artigo 174, que permite ao magistrado se afastar do exercício de suas funções, sem prejuízo do subsídio, até decisão final da Corte.

A versão apresentada por Ingrid também envolve o delegado Edson Moreira, que passou a ser conhecido nacionalmente na época do desaparecimento de Eliza. Moreira apareceu diversas vezes em cadeia nacional de rádio e TV dando detalhes do crime, classificado por ele como uma monstruosidade.

Na acusação, Ingrid afirma que a juíza Maria José Starling e o advogado Robson Martins Pinheiro teriam pedido 1,5 milhão de reais para conseguir a libertação do jogador. Ingrid alega ter sido procurada no fim do ano passado pelo advogado por indicação da juíza – que em outubro de 2010, durante uma audiência do caso, defendeu publicamente a libertação de Bruno.

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Pelas investigações da Polícia Civil mineira, a morte de Eliza completou um ano no último dia 10. Desde então, Bruno e outros oito acusados do crime tiveram 59 habeas corpus negados pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), além de outros recursos recusados também pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Ingrid afirma que o advogado depois mudou o acordo e exigiu que o valor fosse pago uma semana antes de o pedido de habeas corpus ser impetrado em diversas instâncias judiciais. Um e-mail em poder da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, que teria sido enviado pela juíza à dentista, ainda pedia que Ingrid não atendesse “nenhum telefone de Brasília” e informava o telefone pessoal da magistrada.

Em outra correspondência – que teria sido enviada por Ingrid a Bruno por meio do atual advogado do goleiro, Cláudio Dalledone Júnior – a dentista diz que “a conversa mudou”, em referência ao acerto com Pinheiro, e que havia desistido de fazer o pagamento antecipado porque, caso a artimanha não tivesse efeito, não teriam “como provar” o acordo e o respectivo pagamento.

“Ela resolveu depor porque ficou com medo”, afirmou o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia de Minas, deputado estadual Durval Ângelo (PT), que pretende encaminhar a denúncia ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Durval Ângelo afirmou, ao site de VEJA, que o acusado Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, amigo do goleiro Bruno, corre risco de ser assassinado. Segundo o deputado, outros amigos do goleiro estariam dispostos a matar Macarrão como forma de “queima de arquivo”. O acusado também já teria sido coagido a assumir a autoria da execução de Eliza, para inocentar o jogador.

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Ameaças de morte – A juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, responsável pelo caso do goleiro Bruno Fernandes, passou a receber proteção policial. Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), dois policiais acompanharão a juíza. A medida foi tomada após afirmações feitas pelo advogado assistente de acusação no caso, José Arteiro Cavalcante Lima. Ele disse ter sido jurado de morte pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusada de matar a ex-namorada de Bruno. A juíza e o delegado que investigam o crime também estariam ameaçados.

(Com Agência Estado)

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