O juiz federal Sérgio Moro, responsável por conduzir os processos resultantes da Operação Lava Jato no Paraná, disse nesta terça-feira que é “fantasiosa” a tese de que soube já no ano passado que políticos estariam envolvidos no esquema de desvios operado pelo doleiro Alberto Youssef, mas só reconheceu o fato depois de deflagrada a primeira etapa da operação, de modo a garantir que as investigações não fossem levadas para o Supremo Tribunal Federal (STF). A controvérsia foi levantada por advogados de defesa de executivos presos na sétima fase da Lava Jato. O jornal Folha de S. Paulo informa nesta terça que o ministro do STF Teori Zavascki encaminhou a Moro questionamento do advogado Fabio Tofic Simantob, Gerson Almada, vice-presidente da Engevix, apresentado à corte.
Os defensores também já haviam argumentado que as prisões dos empresários teriam como objetivo principal conseguir confissões de crimes. De acordo com Sergio Moro, até o momento, os processos resultados da Lava Jato envolvem crimes de fraude em licitações, lavagem de dinheiro e corrupção de empresários e funcionários ligados à Petrobras, mas não a participação de qualquer político. “Se o dinheiro supostamente desviado da Petrobras foi, depois de lavado, usado pagar vantagem indevida a agentes políticos, trata-se de outro crime que não é objeto deste feito”, disse ele. (Laryssa Borges, de Brasília)