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Jovem que matou taxistas é um ‘serial killer’, diz polícia

Suspeito confessou crimes e disse que motivação foi financeira; vítimas foram executadas antes de o assalto ser anunciado

Por Jean-Philip Struck
15 abr 2013, 20h36

Frio, calculista, “serial killer” e psicopata. Esses foram alguns dos adjetivos usados pelos policiais gaúchos para descrever Luan Barcelos da Silva, de 21 anos, que confessou ter assassinado seis taxistas no Rio Grande do Sul. Ele foi preso no sábado pela polícia.

“Sem dúvida alguma, esse indivíduo, seja a motivação qual seja, é uma espécie de ‘serial killer'”, afirmou o chefe da Polícia Civil, Ranolfo Vieira Júnior. Em coletiva, o governador gaúcho, Tarso Genro (PT), usou o mesmo tom: “Um psicopata, certamente. Esse tipo de criminoso serial é um pouco raro no Brasil, e no Rio Grande do Sul é muito raro”, disse.

Criado pela avó em Santana do Livramento, na fronteira com o Uruguai, Luan Barcelos não tinha antecedentes criminais e é descrito como festeiro por amigos e parentes, segundo as investigações policiais. Ele cometeu os crimes em um intervalo de dois dias, entre 28 e 30 de março, no feriado da Semana Santa. Os alvos eram motoristas de táxi que trabalhavam no período da madrugada. A motivação para os crimes, segundo o depoimento do suspeito, foi financeira.

Morando de Porto Alegre há cerca de dois anos e meio, Barcelos teve empregos esporádicos nesse período, como motoboy e vendedor. Antes de se mudar, chegou a servir como recruta no Exército quando completou 18 anos, mas acabou sendo expulso poucos meses depois por indisciplina.

Em depoimento à polícia, ele relatou que estava desempregado e precisava de dinheiro para pagar o aluguel do apartamento que dividia em um bairro de classe média na capital gaúcha. À época em que cometeu o primeiro latrocínio, segundo contou, devia cerca de 1 000 reais.

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Durante o depoimento de três horas prestado no sábado, “sempre de maneira fria” e “como se estivesse conversando normalmente”, como descreveu a delegada Melina Bueno Corrêa, da Delegacia de Homicídios de Porto Alegre, Barcelos disse como agiu durante a matança. Segundo a delegada, ele descreveu detalhes que iam além das perguntas feitas pelos policiais e disse que escolheu taxistas porque eram uma “opção fácil”.

Modo – Nas duas noites em que aconteceram as mortes, ele chamou ou acenou para um táxi na rua. Em seguida, sentava no banco traseiro e indicava um destino. Ao chegar ao local, ele retirava um revólver calibre 22 de uma pasta e disparava dois tiros na cabeça do motorista, sem anunciar o assalto. Antes de deixar o carro, recolhia o dinheiro e o celular da vítima, e depois voltava a andar na rua para procurar outro taxista e repetir o processo.

As primeiras mortes ocorreram no dia 28 de março. Após sair de uma festa na casa de amigos, Barcelos executou três taxistas na mesma noite, em pouco menos de duas horas. As vítimas foram identificadas como Hélio Beltrão Pinto, Márcio Oliveira e Enio Lecina. No mesmo dia, ele voltou para Porto Alegre, onde recomeçou a matança na madrugada do dia 30. Dessa vez, matou mais três taxistas em um intervalo de tempo ainda menor: em pouco mais de uma hora morreram Edson Borges, Eduardo Ferreira Haas e Claúdio Gomes. As vítimas tinham entre 31 e 59 anos.

Ao todo, Barcelos roubou 870 reais das vítimas. De acordo com a polícia, ele relatou ter matado os taxistas porque temia ser reconhecido. A arma do crime, segundo o depoimento, foi adquirida por Barcelos com um amigo no Uruguai.

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Perfil – Uma conta do Facebook atribuída a Barcelos, e onde consta uma foto dele, revela pouco. No álbum, uma foto de uma paisagem de Santana do Livramento mostra uma legenda que diz: “(sic) nós semo loco lá da fronteira. de raça tranqüila, mas de pouca cincha [uma peça da sela do cavalo]”. Uma informação no perfil, no entanto, revela uma mentira: consta que ele era aluno da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) e que cursava o curso de negócios imobiliários. A universidade se apressou em afirmar que ele chegou a se inscrever no vestibular em dezembro de 2012, mas não pagou a taxa, sendo desclassificado antes mesmo de realizar o exame.

Há cerca de duas semanas, depois dos crimes, ele entregou o currículo em uma escola de informática para crianças, em Porto Alegre. Foi contratado na semana seguinte. Ainda estava na fase de treinamento quando foi preso pela polícia. Foi descrito pelo chefe como uma rapaz “dinâmico” e “boa praça”.

Prisão – Os policiais chegaram até Barcelos analisando imagens de câmeras de segurança e rastreando os celulares das vítimas. Um dos aparelhos havia sido dado por ele a um irmão. Ao entrar na casa do suspeito, a polícia encontrou roupas sujas de sangue, iguais às que apareceram nas imagens das câmeras.

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