Tucanos fazem seu mais duro e uníssono discurso contra o PT desde o início do julgamento do mensalão e desconstroem candidatura de Fernando Haddad em lançamento do plano de governo de Serra
Por Carolina Freitas
15 out 2012, 22h58
O candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, José Serra, e a cúpula da campanha tucana fizeram na noite desta segunda-feira o mais duro e uníssono discurso da oposição contra o PT desde o início do julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em agosto. Para além da candidatura do petista Fernando Haddad, as críticas miravam o modelo de gestão e de busca pelo poder do PT em nível nacional. E procuravam mostrar as diferenças do candidato tucano. “Nós somos a turma do não mensalão”, resumiu José Serra em discurso a mais de 500 correligionários em uma sala de cinema alugada pela campanha na região da Avenida Paulista, para o lançamento de seu programa de governo. “São Paulo não tem de se ajoelhar nem de servir de cortina de fumaça para ninguém.”
Em discurso inflamado, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) atribuiu o empenho do PT em ganhar as eleições em São Paulo aos planos de gente como José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil de Lula, condenado por corrupção no julgamento do mensalão. “O verdadeiro programa de governo do PT, aquele pelo qual eles farão um empenho sem limites, é aquele de que José Dirceu falou: ganhar a eleição em São Paulo”, afirmou Aloysio. “Eleição para eles é embargo de declaração. Eles querem ganhar a eleição para que o povo de São Paulo declare que eles estão limpos, que o mensalão não existiu.”
O maior escândalo de corrupção da República teve curso durante do governo Lula e consistia na compra de apoio de deputados para aprovação de projetos de interesse do governo federal. José Dirceu é apontado pela Procuradoria-Geral da República como o chefe da quadrilha do mensalão. As falas provam que a campanha de Serra está mais do que disposta a expor os vínculos Haddad-PT e PT-mensalão.
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Aloysio aplicou-se ainda para desconstruir as propostas apresentadas por Haddad ainda no primeiro turno das eleições. “Percorri o calhamaço que é o programa de governo do adversário como quem atravessa um oceano com água pelas canelas. É o suprassumo do lugar comum, do politicamente correto”, afirmou o senador. “Seria melhor que ele contratasse o laranja do Celso Russomanno para fazer um ‘post scriptum’. É uma antologia de bobagens e de chuva no molhado.” No primeiro turno, Russomanno, candidato do PRB, usou o nome de um funcionário da prefeitura para assinar seu plano de governo. Aloysio Nunes comparou a obra viária do Arco do Futuro de Haddad – ampliação e construção de novas vias – ao Fura-Fila, corredor de ônibus elevado, do ex-prefeito Celso Pitta.
A inexperiência e a falta de conhecimento sobre a cidade de Fernando Haddad foram pontos que perpassaram os discursos dos aliados de Serra, entre eles o prefeito Gilberto Kassab (PSD) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB). “Serra não é um candidato improvisado. Ele conhece São Paulo”, afirmou Alckmin. O ex-governador Alberto Goldman disse que a cidade não quer no comando alguém sustentado por “muletas”. “Prefeito não pode vir aqui para fazer estágio nem usar a cidade para uma experiência. Não queremos um estagiário”, disse Goldman.
Programa de governo – As propostas de José Serra foram compiladas em um livro de setenta páginas com as contribuições de mais de 2.000 pessoas. O trabalho foi coordenado pelo administrador e engenheiro Hubert Alquéres e subdividido em quinze grandes áreas. O primeiro capítulo do material é dedicado a lembrar conquistas de Serra e de Kassab à frente da prefeitura e a jogar luz sobre os objetivos para os próximos anos, caso o tucano seja eleito. Entre as novidades do programa está a bolsa-creche, um auxílio para as mães carentes que aguardam vaga para seus filhos em creches da prefeitura.
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