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Itajaí tem mais da metade de sua área coberta pelas águas

Em Santa Catarina, 91 cidades foram atingidas, afetando 935.932 pessoas

Por Fernando Alécio, de Itajaí
11 set 2011, 14h12

Com 60% de sua área tomada pelas águas dos rios Itajaí-mirim e Itajaí-açu, a cidade de Itajaí voltou a viver nos últimos dias o pesadelo de novembro de 2008, embora com menor intensidade – há três anos, a enchente tomou conta de 80% do território. Mesmo assim, bairros inteiros ficaram submersos e, em algumas localidades, a altura das águas superou a marca de três metros.

Uma multidão lotou os abrigos preparados pela Defesa Civil. A prefeitura disponibilizou 18 locais, entre ginásios de esportes, escolas públicas e salões paroquiais. Até a noite deste sábado, 3.202 pessoas estavam instaladas nos abrigos e outras 30.000 tiveram que deixar suas casas.

Pelo menos uma morte foi registrada em Itajaí. De acordo com a Polícia Militar, na tarde deste sábado, Antônio José Mendonça, 50 anos, caiu enquanto caminhava por uma rua inundada no bairro de São Vicente e se afogou. Em Navegantes, cidade localizada na outra margem da foz do rio Itajaí-açu, o impacto foi menor. Cerca de 100 pessoas ficaram desabrigadas.

A recepção de donativos está concentrada no Centro de Eventos de Itajaí e o Exército é responsável pela distribuição aos abrigos. Segundo a Força Aérea Brasileira, foram transportadas oito toneladas de água potável, medicamentos, cestas básicas e material de limpeza.

Um helicóptero H-34 Super Puma, do 3º Esquadrão do 8º Grupo de Aviação, sediado no Rio de Janeiro, foi deslocado para o aeroporto de Navegantes, usado como base das operações, para a realização de transporte de suprimentos para a cidade de Rio do Sul, uma das mais prejudicadas. Um blackhawk do 5º Esquadrão do 8º Grupo de Aviação também está sendo utilizado.

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Ontem, o comércio de Itajaí não abriu e desde a tarde desta sexta-feira, o abastecimento de água potável foi interrompido – a normalização do sistema deve acontecer ainda neste domingo. Também na manhã de hoje, foi reativada a coleta de lixo em todas as regiões da cidade onde as águas baixaram. As aulas nas escolas públicas estão suspensas nesta segunda-feira.

Prefeito teme fuga de empresários – Jandir Bellini, prefeito de Itajaí, demonstrou preocupação com o possível desinteresse de empresários em investir na cidade. “Depois de duas enchentes recentes, pode haver receio de instalar empresas em nossa cidade”, observou. “Mas são fatores climáticos. Os Estados Unidos tem furacões, o Japão, terremoto. São momentos difíceis, mas superáveis”.

Bellini, que assumiu em janeiro de 2009, logo depois da última grande enchente, acredita que os investimentos feitos na Defesa Civil contribuíram para preparar melhor a cidade. “Investimos cerca de 300 mil reais no nosso sistema de telemetria”, contou. “O nível dos rios que cortam a cidade são monitorados a cada 15 minutos. Isto nos permitiu alertar a população antes de a água subir”.

Porto – Ao contrário do ocorrido na enchente de 2008, quando foi parcialmente destruído e levou quase dois anos para ser totalmente recuperado, o porto de Itajaí não sofreu danos físicos desta vez. O prejuízo ficou por conta da interrupção das operações portuárias desde a manhã de quinta-feira, dia 8, devido ao fechamento da barra em decorrência da forte correnteza do rio Itajaí-Açu. Pela mesma razão, o porto privado de Navegantes (Portonave) também está com as operações suspensas.

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“Os cais do porto de Itajaí e dos demais terminais que formam o complexo não foram atingidos pela correnteza, permanecendo intactos”, informa Antônio Ayres dos Santos Junior, superintendente do complexo portuário local. “O assoreamento possivelmente gerado pelo grande volume de água escoado pela foz do rio Itajaí-açu será verificado na próxima semana, por meio de batimetria, que será realizada assim que as águas baixarem”.

No estado – Segundo a Defesa Civil de Santa Catarina, nove municípios decretaram estado de calamidade pública em consequência das fortes chuvas: Agronômica, Rio do Sul, Lontras, Brusque, Ituporanga, Aurora, Presidente Getúlio, Laurentino e Taió. Outros 36 decretaram situação de emergência.

No total, 91 cidades foram atingidas, afetando 935.932 pessoas. Dessas, 159.490 estão desalojadas e outras 15.020 desabrigadas. Três pessoas morreram.

(Com Agência Estado)

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