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Ipea traça perfil dos abrigos de idosos no Brasil

Envelhecimento da população e mudança de comportamento criam aumento da demanda por instituições de interlação de longa permanência

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 24 Maio 2011, 13h20

Nas duas últimas décadas, a faixa etária que mais cresceu na população brasileira foi o “muito idoso”, de 80 anos ou mais

O envelhecimento da população brasileira é tema recorrente em pesquisas demográficas e comportamentais. Mas pouco se fala sobre o impacto do aumento da expectativa de vida na demanda por instituições de longa permanência (ILPI) – ou asilos e abrigos. O estudo “Condições de funcionamento e infraestrutura das instituições de longa permanência para idosos no Brasil”, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), aponta a tendência de crescimento do número de idosos à procura dessas casas. A quantidade de familiares que antes cuidava dos mais velhos diminuiu. E, com o núcleo familiar cada vez menor, a busca por ‘cuidadores’ fora da esfera parental deve crescer.

A pesquisa mostra que a população com mais de 60 anos passou de 4,1%, em 1940, para 8,6% em 2000. Nas duas últimas décadas, a faixa etária que mais cresceu na população brasileira foi o “muito idoso”, de 80 anos ou mais. Baseado nesses dados do envelhecimento populacional, o estudo, feito de 2007 a 2010, verificou a existência de 3.548 instituições de longa permanência no território brasileiro, das quais 3.294 responderam à pesquisa.

O que se observou foi que, por enquanto, um dos principais motivos pela busca de uma instituição desse tipo é a carência financeira e a falta de moradia. Segundo a pesquisa, isso explica o porquê de 65,2% das instituições brasileiras serem filantrópicas. Tanto nas filantrópicas como nas públicas há mais idosos independentes no que nas instituições privadas com fins lucrativos. Ou seja, o idoso de uma ILPI particular costuma ter uma dependência física e mental mais elevada. Quando bem de saúde, essa pessoa continua a morar com a família ou sozinho, em vez de seguir para essas instituições.

Nos estabelecimentos registrados pelo Ipea, moravam 83.870 idosos – isso significa apenas 0,5% da população idosa. Essas casas existem em apenas 28,8% dos municípios brasileiros. O baixo número está associado à pequena procura por esse tipo de residência, justamente porque a opção de internar o idoso ainda se dá no limite da capacidade familiar em oferecer os cuidados por meios próprios. Apesar dessa constatação, a quantidade das instituições de longa permanência está crescendo, se comparada com os anos 40. Desde 1940 até 2009, 2.897 novas instituições foram abertas, sendo que de 2000 para 2009 foram inauguradas 90.

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Entre essas novas casas para idosos, a maioria é privada. Ainda no período de 2000 a 2009, observou-se que 57,8% das instituições tinham essa natureza jurídica. Isso não significa que a maior parte desses estabelecimentos tenha fins lucrativos: 65,2% dos estabelecimentos são filantrópicos. Apenas 6,6% das instituições brasileiras são públicas ou mistas.

Localização – Dois terços da ILPI estão concentrados na região Sudeste. Apenas em São Paulo estão 34,3% do total. Segundo a pesquisa, há uma super-representação das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste e uma sub-representação das demais, se for levada em conta a distribuição da população idosa. O Ipea mostra que a região Nordeste, onde encontram-se 24,7% da população idosa brasileira, tem apenas 8,5% das instituições. Na região Sudeste estão 51,7% da população idosa e 63,5% das instituições brasileiras.

Cada instituição gasta em média 717,91 reais por morador. O gasto mínimo per capita encontrado pela pesquisa foi em uma casa de Alagoas, cujo valor é de 92,62 reais. O maior foi registrado em uma instituição de São Paulo: 9.230,77 reais.

Leitos por ILPI – Dos 109.447 leitos constatados pela pesquisa, 91,6% estavam ocupados. Isso mostra que as instituições estão funcionando quase com sua capacidade máxima. Cerca de 70% dos quartos têm um ou dois leitos e 5,9% têm cinco leitos ou mais – estes estão fora das normas da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que estipula a existência de até quatro leitos. O Espírito Santo foi o estado onde mais se encontrou esse tipo de infração.

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