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Investigação de acidente provoca tensões entre Airbus e Air France

Empresas estão envolvidas em acidente que provocou queda de avião no Atlântico em 2009

Por Da Redação
19 Maio 2011, 11h36

Uma disputa entre Airbus e Air France surge no momento em que aumenta a pressão para explicar, por meio dos dados recuperados das caixas-pretas da aeronave, o acidente com o voo 447, que fazia a rota Rio de Janeiro-Paris em 2009. A tensão foi lançada por autoridades de alto escalão após dias de informações na imprensa apontando possíveis culpados e da divulgação de que o avião não sofreu grandes falhas mecânicas.

O presidente-executivo da Air France, Pierre-Henri Gourgeon, fez um apelo à imprensa, nesta quinta-feira, para ter cautela ao tratar das possíveis causas do acidente, que devem ser descobertas em semanas. “É impossível tirar quaisquer conclusões hoje sobre qualquer tipo de responsabilidade”, disse. “Vamos esperar até que os especialistas nos enviem uma mensagem coerente antes de irmos numa direção ou em outra e especular”, acrescentou, ao minimizar perguntas sobre seu futuro no comando da Air France-KLM, controladora da companhia aérea.

No entanto, em comentários captados posteriormente por um microfone e retransmitido por jornalistas, o executivo disse a um colega: “O jeito que respondi foi um pouco rude, mas eu tive de fazer isso por causa da Airbus”.

Representantes da Air France se irritaram com o fato de a Airbus, fabricante do avião que caiu no oceano Atlântico matando todas as 228 pessoas a bordo, se apressar em divulgar que a leitura inicial das caixas-pretas não identificou falhas mecânicas, informando às companhias aéreas que não tem novas recomendações de segurança. “Não foi uma jogada muito limpa”, disse à Agência Reuters uma fonte familiarizada com o pensamento da companhia aérea, acrescentando que o comportamento quebrou uma convenção.

A Air France também se irritou com a divulgação do boletim da Airbus pelo jornal Le Figaro, que publicou matéria apontando o dedo para a tripulação da Air France. A rádio Europe 1, porém, relatou nesta quinta-feira que a tripulação não era a responsável pela tragédia, deixando incertezas sobre as causas do acidente.

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Crise – As reputações de ambas as companhias está em jogo por conta de um dos mais chocantes e inexplicáveis desastres aéreos da história. As duas enfrentam uma investigação criminal e podem ser alvo de possíveis reclamações das famílias das vítimas na Justiça.

Além de acontecer em meio a grande interesse da mídia, a análise dos dados das caixas-pretas também ocorre semanas antes da feira de aviação de Paris, em que a Airbus pretende anunciar um grande número de novas encomendas.

Conjunto de fatores – A Airbus negou que tenha vazado o boletim que enviou a cerca de 100 companhias aéreas, disse que o documento foi aprovado pelo BEA, escritório que investiga acidentes aéreos na França, e que lidera a busca pelas causas da tragédia. “Nosso relacionamento com a Air France é sólido”, disse uma porta-voz da Airbus em Toulouse.

“Eles operam todos os nossos produtos, incluindo 180 aeronaves. Dividimos com a Air France o custo das buscas (pelas caixas-pretas) e todos temos interesse de apoiar as investigações e entender o que causou a trágica perda do voo 447”, acrescentou. Uma porta-voz da Air France também negou desentendimentos com a fabricante.

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Pierre-Henri Gourgeon, que já chefiou a autoridade de aviação civil da França, disse que a Air France revisou todas as suas normas de segurança. “A história provou que acidentes aéreos são geralmente o produto de diversos elementos que coincidem em um mesmo momento e lugar”, afirmou. “Se surgir algo na investigação que ainda não cobrimos com as medidas já tomadas, vamos adotá-las para garantir que um evento como esse jamais se repita.”

O presidente-executivo da Air France foi reeleito para o cargo por mais quatro anos pelo conselho da empresa nesta quinta-feira, mas a decisão precisa será aprovada pelos acionistas em julho, podendo acontecer simultaneamente à publicação das descobertas preliminares da BEA sobre o acidente de 2009.

(Com Agência Reuters)

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