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Invasores promovem lei do silêncio durante interrogatórios

Mais de 30 alunos interrogados permaneceram em silêncio. Outros pagaram a fiança de R$ 545 e foram soltos. O número de presos chegou a 73

Por André Vargas
8 nov 2011, 16h28

Presos desde a manhã desta terça-feira, os invasores do prédio da reitoria da Universidade de São Paulo (USP) decidiram, em comum acordo, não responder às perguntas formuladas pelos policiais durante os interrogatórios no 91º Distrito Policial (Ceagesp). De acordo com o delegado seccional Dejair Rodrigues, eles resolveram só responder em juízo. Até às 16 horas de hoje, mais de trinta alunos haviam sido interrogados, permanecendo em silêncio. Outros quatro pagaram a fiança de 545 reais e foram liberados. A Polícia informou que o número de pessoas detidas chegou a 73 ─ três, no entanto, foram liberados depois de provarem que não tinham envolvimento com a ocupação da reitoria.

Vandré Palatini Ferreira, advogado do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e um dos profissionais que defendem os manifestantes, anunciou que a defesa prepara um habeas corpus alegando a existência de “irregularidades e ilegalidades” na operação do Batalhão de Choque da Polícia Militar que, nesta manhã, consumou a desocupação da reitoria. “Não se pode generalizar e imputar crimes coletivamente”, disse. “Não cabe prisão preventiva para os crimes citados”. O documento que pede a soltura imediata dos invasores será apresentado no Departamento de Inquéritos Policiais da Polícia Civil (Dipo).

Segundo Vandré, as fianças dos 73 alunos somam quase 35.000 reais. Sindicatos e outras entidades se mobilizam para conseguir o dinheiro, informou. No entanto, o advogado espera conseguir a libertação de seus clientes sem que seja necessário pagar os valores. “Pagar a fiança é a nossa última hipótese”, afirmou. “O pagamento é quase uma confissão”. De acordo com Vandré, os estudantes permanecem instalados em ônibus porque não há vagas no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Belém, região central de São Paulo.

Processo – O delegado José Carlos Gambarini, da Central de Flagrantes do 91º DP, informou nesta tarde que desistiu de indiciar os invasores por crime ambiental. Somente os crimes de depredação de patrimônio público e desobediência à ordem judicial permanecem listados no inquérito. “Analisei o caso e vi que as pichações e os danos no prédio podem ser encaixados na categoria de depredação de patrimônio público”, justificou o delegado.

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Desacato – Por volta das 15 horas, a mãe de um dos manifestantes xingou um policial e foi detida por desacato. Ela não quis revelar a identidade. Mais cedo, os pais de um dos invasores criticaram a cobertura da imprensa sobre o caso e a maneira como a polícia agiu. “Ele participou da manifestação desde o início”, disse o assessor parlamentar Manuel Benedito de Lima Filho sobre seu filho de 25 anos, aluno do 3º ano do curso de História, que está preso na delegacia. “Só não pode haver destruição de patrimônio público, e isso acho que meu filho não fez.”

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