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‘Intervenção de Dilma em BH foi extrema violência’, diz Aécio

Senador tucano critica o PT pelo lançamento da candidatura de Patrus Ananias: 'Foi imposta pelo Palácio do Planalto com base em sucessivas intervenções'

Por Thaís Arbex, de Belo Horizonte
12 ago 2012, 08h17

Padrinho político do prefeito Marcio Lacerda (PSB), candidato à reeleição em Belo Horizonte, o senador Aécio Neves (PSDB) acusa o PT, a presidente Dilma Rousseff e o prefeito de São Paulo e presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, de terem feito um “gesto de extrema violência” na capital mineira, ao lançarem o ex-ministro Patrus Ananias (PT) para prefeitura e terem obrigado o PSD local a desfazer a aliança com o atual prefeito em favor do petista.

“Foi uma intervenção desmedida e um gesto de extrema violência em relação a seus próprios companheiros”, afirma Aécio em entrevista exclusiva ao site de VEJA. “A candidatura do nosso adversário foi imposta de fora para dentro, feita do Palácio do Planalto com base em sucessivas intervenções e participação de figuras absolutamente estranhas a Minas Gerais, que é o caso do prefeito de São Paulo e da própria presidente da República, pessoas que conhecem muito pouco a nossa realidade”, diz.

Embora Dilma tenha articulado a candidatura petista, antecipando o embate de 2014 com o senador tucano, Aécio diz que “por mais que insistam”, ele não entrará “na provocação da nacionalização da campanha”.

Confira, a seguir, os principais trechos da entrevista.

O que a entrada da presidente Dilma Rousseff representa para a campanha em Belo Horizonte? Existem duas coisas na política que são fundamentais: coerência e lealdade. Continuo coerente com que pensava, estou ao lado do Marcio porque ele é o melhor para Belo Horizonte e continuo leal a este projeto. Aqueles que não foram nem coerentes nas suas posições políticas, nem leais com a cidade ao construir uma candidatura imposta de fora para dentro, com intervenções sucessivas, terão dificuldades para se explicar. Minas não está acostumada com esse tipo de interferência. A candidatura do Marcio foi uma construção feita em Belo Horizonte pelos mineiros. A candidatura do nosso adversário foi construída do Palácio do Planalto com intervenções e participações de figuras absolutamente estranhas a Minas Gerais, que é o caso do prefeito de São Paulo [Gilberto Kassab (PSD)] e da própria presidente da República [Dilma Rousseff (PT)], pessoas que conhecem muito pouco a nossa realidade.

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É uma prévia da disputa pela presidência da República em 2014? Por mais que insistam, não vou entrar na provocação da nacionalização da campanha. Vou cuidar de Belo Horizonte, do programa de desenvolvimento de Belo Horizonte em parceria com o governo do estado e da presidente Dilma, que reconhece – e está registrado no discurso dela – no Marcio as qualidades de um grande gestor público. Isso dito por ela. Nós vamos continuar onde sempre estivemos. Trabalhando por Belo Horizonte, batalhando pela população de Belo Horizonte e avançando. Os outros, aqueles que mudaram de lado, é que terão que explicar as suas razões: será que foi o interesse por Belo Horizonte que prevaleceu? Ou foi o interesse político em Minas Gerais?

O presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra, acusou a presidente Dilma e o PT de terem feito uma “intervenção ilegítima em Minas”. O senhor concorda? Foi uma intervenção desmedida e um gesto de extrema violência em relação a seus próprios companheiros. O prefeito Kassab parece querer fazer um gesto para a presidente Dilma à custa de Belo Horizonte, anulando uma convenção do PSD, a pedido pessoal da presidente. Segundo me disse o prefeito Kassab, para que o PSD ficasse com o PT. Esses gestos de força e de interferências externas não costumam ter peso em Minas Gerais. Lamento que não se tenha tido espaço para uma discussão sobre o que é melhor para Belo Horizonte, só buscaram o que era melhor para o próprio PT. Toda vez que esse assunto volta à tona é pior para o PT porque mostra que essa candidatura só seria possível apenas com um gesto de força e uma intervenção.

Quais serão as consequências do rompimento da aliança PT-PSB? Estamos absolutamente tranquilos em relação à eleição, por mais que ela possa ser disputada, porque é uma eleição que acontece onde sempre estivemos. Há quatro anos, eu identificava no Marcio Lacerda, que era meu secretário de Desenvolvimento, as condições e as qualidades para administrar uma cidade da complexidade de Belo Horizonte. Na época, eu e o prefeito, que era o [ministro Fernando] Pimentel, fizemos uma aliança em torno dele. Não fizemos uma aliança em torno do meu partido, o PSDB, que sequer participou da chapa naquele instante, da mesma foram que não participa agora. Foi uma aliança em favor de Belo Horizonte. De lá para cá, nesses quatro anos, o Marcio só nos deu motivo para consolidar ainda mais esse sentimento de que ele era o melhor para Belo Horizonte.

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