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Tumulto no Rio: os índios cederam, os manifestantes resistem

Depois de acordo feito por volta das 11h, índios começaram a desocupar o local. Manifestantes que cercavam o prédio, no entanto, resistem e enfrentam a PM

Por Da Redação
22 mar 2013, 12h06

Depois de um cerco policial formado desde a madrugada e de pelo menos cinco detenções, os índios que ocupavam o prédio do antigo Museu do Índio, próximo ao complexo esportivo do Maracanã, concordaram em deixar o local por volta das 11h desta sexta-feira. O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), da Comissão de Direitos Humanos, informou que os índios aceitaram a proposta do governo do Estado de serem levados para um terreno em Jacarepaguá, na Zona Oeste da cidade. Pouco depois das 11h representantes do grupo redigiram um documento concordando com a proposta oficial e passaram, então, a aguardar a assinatura de um representante do governo do estado para deixar o prédio.

Apesar do acordo, os manifestantes resistiram e entraram em confronto com a PM, que usa gás lacrimogênio e escudos para tentar desocupar as pistas, tomadas por manifestantes. O cenário às margens da Avenida Radial Oeste ainda é tumultuado. Uma integrante do grupo feminista Femen foi detida por volta das 11h após tirar a camisa e invadir a pista sentido centro da via, onde centenas de manifestantes acompanham a operação da Polícia Militar para retirar os indígenas.

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Aos gritos de “assassinos”, e com os seios de fora, a mulher invadiu a pista e chegou a ser atingida por um carro, mas não se feriu. Logo em seguida, ela foi detida por PMs do Batalhão de Choque. Houve outros momento de tensão entre manifestantes e policiais. O advogado Arão da Providência Araújo Filho, índio guajajara, foi detido. Segundo os policiais, ele teria tentado pular o muro para entrar na área isolada. Ele chegou a ser imobilizado e deitado no chão. Os manifestantes gritavam palavras de ordem como “não à violência” e outra em que lembravam que havia dinheiro para a Copa, mas não para habitação.

Policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar cercam o local pela madrugada, para executar a ordem judicial de desocupação. O prédio abandonado passou a ser usado por índios em 2006, mas, como mostrou reportagem do site de VEJA, a ocupação em massa só ocorreu a partir da publicação da decisão de demolição do local. O objetivo inicial do governo do estado era de demolir a construção para urbanizar a área entorno do estádio do Maracanã para a Copa de 2014. Diante do protesto dos índios e de movimentos sociais, em janeiro o governo desistiu de demolir o prédio e se comprometeu a discutir com a Prefeitura do Rio o uso que seria dado a ele. O grupo manteve a ocupação. Depois de vários impasses, o governo obteve na Justiça a ordem que os índios deixem o edifício. O casarão em ruínas construído em 1866, onde funcionou o museu entre 1953 e 1978, é habitado atualmente por 22 índios.

Oficiais de Justiça chegaram por volta das 8 horas com o documento de imissão de posse deferido pela Justiça Federal. Acompanhados de integrantes do governo, de deputados estaduais e vereadores, eles tentam convencer os índios e demais ocupantes do antigo museu a saírem pacificamente. No fim da madrugada, militantes de movimentos sociais, que apoiam os índios, fecharam a Avenida Radial Oeste em protesto pela desocupação. A polícia reagiu com bombas de efeito moral e dois ativistas foram detidos.

(Com Estadão Conteúdo)

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