Indicado na noite de terça-feira para ser o sucessor de Joaquim Barbosa no Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado Edson Luiz Fachin não perdeu tempo e, já nesta quarta, iniciou sua campanha por votos no Senado. Fachin se reuniu com o presidente Renan Calheiros (PMDB-AL), entregou-lhe o currículo e se colocou à disposição para eventuais questionamentos. Seu conterrâneo Álvaro Dias (PSDB-PR) anunciou que a sabatina do escolhido por Dilma Rousseff está programada para o dia 29 de abril na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Será na ocasião, segundo Fachin, que ele prestará esclarecimentos sobre o vídeo em que aparece, em 2010, pedindo votos para Dilma. “Em homenagem e respeito ao Senado, vamos desenvolver todos esses temas e outros que forem do interesse dos senadores por ocasião da sabatina”, afirmou. Para o jurista, ele deve saber separar a posição pró-PT nas eleições de 2010 da futura carreira no STF. “A vida implica diversos momentos no exercício da cidadania, em tomada de algumas direções. Eu sei bem distinguir as direções e os diversos momentos. Tenho certeza de que meu comportamento e minha trajetória indicam também nessa direção”, declarou. Com uma projeção otimista, Álvaro Dias afirma acreditar que não haverá resistência ao nome do jurista. Já Renan previu um cenário diferente: disse que o processo é “complexo” e fez questão de lembrar que a Casa já rejeitou uma indicação ao STF – em 125 anos de República no país, houve apenas uma rejeição: em 1893 a Casa barrou Cândido Barata Ribeiro, abolicionista e ex-prefeito do Rio de Janeiro indicado pelo presidente Floriano Peixoto. (Marcela Mattos e Laryssa Borges, de Brasília)
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