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Incompetência do governo provocou rebaixamento da Petrobras, diz Aécio

Presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também tratou do tema. E afirmou que a decisão da Moody's 'já era esperada'

Por Laryssa Borges e Marcela Mattos, de Brasília
25 fev 2015, 11h47

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), atribuiu nesta quarta-feira o rebaixamento dos ratings da Petrobras para grau especulativo pela agência de classificação de risco Moody’s à “incompetência do governo” e ao “aparelhamento da empresa”. A decisão da agência se deu diante das frequentes denúncias de corrupção envolvendo a Petrobras, e também às pressões sobre a capacidade da estatal de honrar suas dívidas. Para a Moody’s, além do endividamento da empresa e do atraso na divulgação do balanço auditado da companhia, a perda do grau de investimento é justificada pela “preocupação crescente em relação às investigações de corrupção”.

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A nota da dívida da Petrobras foi rebaixada em dois degraus para Ba2, ante Baa3. A Moody’s manteve ainda a classificação da estatal em revisão para novo rebaixamento.

O rebaixamento ocorre após investigações da Polícia Federal apontarem um esquema bilionário de desvio de dinheiro por meio de contratos da estatal, no âmbito da Operação Lava Jato. Em decorrência da descoberta dos desvios, a empresa está com dificuldade de contabilizar perdas decorrentes de contratos suspeitos de corrupção. Assim, precisou publicar seu balanço do terceiro trimestre sem o aval da auditoria externa PricewaterhouseCoopers (PwC). A empresa terá de publicar logo mais os resultados do quarto trimestre e de 2014, mas ainda não se sabe se incorporará no relatório as estimativas de perdas contábeis e nem mesmo se ele terá a assinatura da PwC.

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“O rebaixamento da Petrobras é um desastre provocado pela incompetência do governo. Uma empresa que até poucos anos era a que mais investia hoje é a que tem o maior endividamento do mundo. Isso ocorreu pelo excessivo intervencionismo do governo e pelo aparelhamento da empresa, culminando com o maior escândalo de corrupção de nossa história”, disse Aécio Neves.

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De acordo com o senador, o revés contra a Petrobras deve afetar também outras companhias brasileiras, já que será maior o custo de capitalização das demais empresas, e poderá colocar em risco o ajuste fiscal prometido pela presidente Dilma Rousseff caso o governo decida socorrer a petroleira. “Se o governo decidir socorrer a Petrobras, ajudando a pagar a dívida da empresa, o ajuste fiscal do país fica ainda mais prejudicado. Uma empresa com corpo técnico competente, que ainda é a empresa que mais investe em inovação, não merecia uma condução tão desastrosa, o que é exclusiva responsabilidade dos governos do PT”, disse Aécio.

Câmara – Ao chegar na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, o presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) também comentou o rebaixamento da Petrobras pela agência americana. Na avaliação dele, o resultado “já era uma coisa mais ou menos esperada”. “Quem conhece o mínimo de mercado sabe que isso iria acontecer. Não são só as denúncias de corrupção que levaram a Petrobras a ter o rebaixamento. A empresa já passa por muitos problemas, não consegue nem sequer ter um balanço e ao mesmo tempo há a necessidade de investimento elevada que a Petrobras não consegue dar conta”, afirmou Cunha.

Para o presidente da Casa, o fato de a Petrobras não apresentar um balanço auditado é consequência para a queda do grau de investimento e serve como um alerta para se “repensar o papel” da estatal. “É grave e a sociedade vai acabar pagando um custo maior pela necessidade que a Petrobras terá de captar para investir”, disse.

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