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Nuvem tóxica já atinge 4 cidades do litoral de SP

Bombeiros continuam no trabalho de combate ao fogo; segundo Defesa Civil, 66 pessoas procuraram hospitais com sintomas de mal-estar e irritação na garganta nos olhos

Por Da Redação
15 jan 2016, 08h37

O Corpo de Bombeiros continua na manhã desta sexta-feira combatendo o incêndio que atingiu dezenas de contêineres do terminal de cargas da empresa LocalFrio, no Guarujá (SP), após um vazamento de gás de grandes proporções. O incidente liberou uma grande nuvem tóxica sobre Guarujá, Santos, São Vicente e Cubatão, no litoral sul de São Paulo. Os trabalhos foram iniciados logo após o início do fogo, por volta de 15 horas de quinta-feira, e seguiram ininterruptamente durante toda a madrugada.

Segundo informações preliminares da LocalFrio, a água da chuva teria entrado em um dos contêineres, que continha ácido clorídrico e dicloroisocianurato de sódio. A reação desses produtos químicos com a água pode ter sido responsável pela nuvem e algumas explosões. De acordo com especialistas, ao ser inalada essa fumaça causa irritação nas vias respiratórias e nos olhos. A Defesa Civil do Estado de São Paulo informou nesta sexta que pelo menos 66 pessoas foram atendidas em três Unidades de Pronto Atendimento (UPA), apresentando sintomas de náusea, mal-estar, irritação na garganta e olhos lagrimejando.

“Inicialmente, o lote continha aproximadamente 85 contêineres e desse número contabilizamos 20 ou 25 em chamas. No momento, trabalhamos no combate ao fogo em cerca de 10 contêineres”, disse o tenente do Corpo de Bombeiros, Rafael Marques. Segundo a última nota divulgada pela prefeitura do Guarujá, o fogo está “praticamente extinto, mas ainda há fumaça no local”. Com a ajuda de um navio que bombeia água do mar, oitenta bombeiros fazem o trabalho de resfriamento dos contêineres e tentam apagar focos de incêndio. “A previsão é de que os trabalhos sejam finalizados até o final da tarde”, afirmou Marques. .

Manuais de segurança apontam que o material é bastante tóxico e que apresenta riscos ambientais de longa duração, em particular para a vida aquática. Por isso, deve ser armazenado longe da água e da exposição direta ao sol. Especialistas da área de toxicologia, no entanto, disseram que a população das cidades atingidas não precisa se alarmar. “Quando tem um incêndio ou quando se joga água (no produto), ele libera mais cloro, o que vai causar a intoxicação, irritação, tosse, coriza. Mas o cloro evapora e a nuvem se espalha com o vento”, disse Anthony Wong, diretor do Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox) do Hospital das Clínicas.

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Segundo Daniel Junqueira Dorta, presidente da Sociedade Brasileira de Toxicologia, as reações aparecem logo após a exposição ao produto químico. “A irritação é imediata, mais ou menos com os mesmos sintomas de quando uma pessoa tem contato com uma grande quantidade de água sanitária. A pessoa espirra, tosse, porque a substância irrita as vias aéreas e os olhos”, afirma Dorta, que também é professor de toxicologia da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto. O ácido é utilizado, principalmente, para produção de desinfetantes para limpeza de piscinas.

Leia mais:

Vazamento de gás interdita terminal portuário no Guarujá; fumaça tóxica alcança Santos

(Da redação)

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