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Impasse nas alianças políticas nos Estados contamina CPI da Petrobras

Presidente do Senado recorre de decisão do Supremo, mas deve instalar nesta terça investigação exclusiva sobre a estatal

Por Da Redação
6 Maio 2014, 09h54

O Congresso Nacional deve começar nesta terça-feira uma investigação parlamentar sobre denúncias de irregularidades na Petrobras já sob o clima e a influência da campanha eleitoral nos Estados. A expectativa é de que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), instale uma CPI exclusiva na Casa e peça que os líderes no Senado e na Câmara indiquem integrantes para uma segunda comissão, mista, também voltada para apurar denúncias que envolvem a estatal.

O futuro das investigações, porém, terá relação direta com a solução para as alianças eleitorais entre PT e PMDB nos Estados. Maior bancada no Senado e segunda maior da Câmara, a legenda deve indicar a presidência das duas comissões e, assim, ter papel decisivo nas votações para aprovar ou rejeitar requerimentos. Entretanto, com acordos eleitorais com petistas travados em Estados-chave, o partido já avalia atuar contra os interesses do Planalto.

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O problema começa pelo líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira, candidato ao governo do Ceará que desde o início do ano reivindica apoio de petistas. Sem qualquer sinalização, Eunício escolheu o dia em que o Congresso deve definir os rumos da CPI para se encontrar com o senador Aécio Neves (MG), pré-candidato do PSDB à Presidência. O tucano propõe apoio ao peemedebista no Ceará. Apesar de contar com apoio verbal da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, formalmente o PT tende a apoiar um nome indicado pelos irmãos Cid e Ciro Gomes, do PROS. A própria presidente se reuniu com Cid, mas não conseguiu resolver a situação de Eunício.

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O cabo de guerra também é semelhante ao de outros peemedebistas na Casa, como o líder do governo, Eduardo Braga (AM), e os senadores Romero Jucá (RR) e Vital do Rêgo Filho (PB), que enfrentam problemas regionais com o PT.

Quem vive situação semelhante é o próprio Renan, que tem a promessa de apoio do PT nacional a seu filho, o deputado Renan Filho, na corrida ao governo de Alagoas. No entanto, o diretório petista no Estado resiste e ainda não confirmou apoio. Com isso, Renan joga tanto em prol da oposição, ao ceder às pressões pela CPI mista, quanto a favor do governo. O presidente do Senado recorreu ao Supremo Tribunal Federal contra a decisão da ministra Rosa Weber, que determinou a instalação de uma CPI exclusiva da Petrobras. Para Renan, a liminar é uma “ingerência” do Judiciário sobre o Legislativo.

“Em caráter preventivo e precoce, porque não havia lesão ou ameaça a direito de quem quer que seja, subtraiu-se do Legislativo que deliberasse e decidisse sobre a questão”, diz o recurso assinado pelo presidente do Congresso ao Supremo e protocolado na segunda-feira.

Os impasses entre PT e PMDB também afetariam uma eventual CPI mista. No Rio, do líder peemedebista na Câmara, Eduardo Cunha, a campanha à reeleição de Luiz Fernando Pezão caminha para um palanque com espaço para Dilma, Aécio e o pastor Everaldo Dias (PSC). O PT deve lançar o senador Lindbergh Farias como candidato ao governo. Cunha deve indicar para a CPI mista o deputado Lúcio Vieira Lima, presidente do diretório da Bahia, Estado no qual o PMDB local já declarou apoio a Aécio.

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Para efetivar a instalação da CPI, é necessário que todos os partidos que têm direito a cadeiras indiquem os membros. O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), já anunciou que não escalará seus representantes para a CPI mista. O líder do PSDB, Aloysio Nunes Ferreira (SP), retirou as indicações de Álvaro Dias (PR) e Mário Couto (PA) da CPI do Senado, como forma de pressionar pela comissão mista. O DEM sequer indicou o membro a que tem direito, protagonizando mesma situação do PMDB. Na semana passada, Renan disse que usaria da sua prerrogativa, como presidente do Congresso, para indicar os nomes que faltarem.

(Com Estadão Conteúdo)

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