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Imagens mostram ação da PM em morte de publicitário

Uma câmera de segurança registrou que pelo menos três viaturas e duas motos fizeram o cerco ao publicitário no Alto de Pinheiros

Por Marina Pinhoni
19 jul 2012, 18h42

Seis minutos de imagens de uma câmera de segurança da rua onde ocorreu a morte do publicitário Ricardo Prudente de Aquino, de 39 anos, mostram desde o momento em que o carro da vítima foi interceptado pelas viaturas da PM até quando Ricardo, já baleado, é retirado de dentro do veículo. As cenas foram registradas pela câmera de uma das casas da Avenida das Corujas, no Alto de Pinheiros, zona nobre da capital, e divulgadas no fim da tarde desta quinta-feira pela TV Record.

De acordo com as imagens, uma viatura segue pela rua em busca do carro do publicitário às 22h15 desta quarta-feira. Em seguida, o Ford Fiesta de Aquino passa pela rua e entra em uma via à direita. Logo atrás vão duas motos da Rocam e mais uma viatura. Pouco depois, o carro de Ricardo surge novamente, agora na direção contrária, e freia bruscamente ao ser interceptado por uma terceira viatura às 22h17.

Os policiais descem e, segundos depois, chegam outros dois carros da polícia e mais PMs cercam o carro. Não é possível visualizar o momento dos disparos. A área é isolada e o porta-malas de um camburão é aberto. Dentro de alguns minutos, os PMs colocam Ricardo, já baleado, dentro deste veículo. A gravação termina às 22h21. Ricardo chegou a ser socorrido e levado para o Hospital das Clínicas, mas não resistiu aos ferimentos.

O delegado Dejair Rodrigues, do 14º DP, afirmou nesta manhã que câmeras de segurança tinham filmado o momento dos disparos, mas disse que as imagens não eram nítidas e, por isso, não poderiam contribuir com as investigações. “A região é muito escura e arborizada”, justificou o delegado. Segundo Rodrigues, a polícia estaria procurando outras cenas que poderiam ajudar a desvendar o caso. As imagens divulgadas pela TV Record ainda não teriam sido recolhidas pela polícia.

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O segurança Maurício Lopes, de 40 anos, que mora em uma rua paralela à Avenida das Corujas, contou que estava em frente de casa esperando um amigo quando viu passar o carro de Ricardo em alta velocidade, seguido da polícia. “Logo em seguida escutei os disparos”, afirmou. “Foram pelo menos cinco tiros”.

Uma mulher que mora a poucos metros de onde houve a interceptação do carro de Ricardo disse que ouviu uma freada brusca e, em seguida, os disparos. Depois, escutou homens falando alto. Ela afirmou que chegou a ver o veículo parado com os faróis ligados, a porta do passageiro aberta e vários policiais com lanternas olhando dentro do carro.

O delegado informou que os três policiais – os soldados Luis Gustavo Teixeira Garcia, de 27 anos, e Adriano Costa da Silva, de 26, e o cabo Robson Tadeu Nascimento Paulino, de 30, todos do 23º Batalhão de Polícia Militar – atiraram. Foram feitos sete disparos, todos a curta distância. Quatro atingiram o para-brisa do veículo, um a lateral do carro e dois a cabeça do publicitário. Os três PMs foram presos em flagrante e foi instaurado um inquérito por homicídio doloso – quando há intensão de matar.

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Polícia Militar – Em entrevista coletiva no fim da tarde desta quinta-feira, Hudson Camilli, subcomandante da Polícia Militar, classificou a ocorrência como “lamentável”, mas em nenhum momento cravou que os policiais erraram. “Foi um fato lamentável”, disse. “Do ponto de vista técnico, a ação não pode ser criticada. Do ponto de vista legal, há reparos a se fazer. Segundo as informações dos policiais, o gesto da vítima com o celular na mão os levou a reagir. Foi uma defesa putativa. Eles imaginaram estar sendo agredidos injustamente e, por isso, atiraram. De qualquer forma, o que realmente aconteceu ainda está sendo apurado”. De acordo com Camilli, psiquiatras e médicos estão prestando assistência aos familiares do publicitário “para tentar minimizar a dor”.

Ao lhe perguntarem se houve um aumento em ocorrências desse tipo nos últimos meses, o subcomandante negou. “Do ponto de vista estatístico, as abordagens seguidas de morte não fogem do que foi registrado nos últimos 53 meses”, afirmou.

Na entrevista, curta e evasiva, Camilli também comentou rapidamente a abordagem seguida de morte ocorrida em Santos na madrugada desta quinta-feira. “São casos completamente diferentes”, disse. “Em Santos, vários indivíduos estavam dentro do veículo e tentaram furar o bloqueio policial. De qualquer forma, os policiais serão investigados pelo excesso”. Na cidade do litoral paulista, 25 disparos foram feitos. Um rapaz de 19 anos morreu.

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