Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Taxa de homicídio de jovens cresce 346% em 30 anos

Estudo aponta que Brasil está entre os primeiros lugares do ranking dos países mais violentos para crianças e jovens no mundo

Por Da Redação
18 jul 2012, 11h15

Em 30 anos, 55 crianças e adolescentes morreram diariamente no Brasil por homicídios, suicídios ou acidentes. Esse total coloca o país nos primeiros lugares do ranking dos mais violentos para crianças e jovens no mundo. É o quarto onde mais se mata e o 12º onde mais se morre por acidentes de trânsito. Os dados são do Mapa da Violência 2012 – Crianças e Adolescentes do Brasil, estudo feito pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-americanos e pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso-Brasil).

Se de um lado os avanços em pesquisas e mais investimentos em saúde nos últimos 30 anos diminuíram os riscos de crianças e adolescentes morrerem de doenças e causas naturais no país, de outro, o Brasil ficou mais violento para essa faixa etária da população no mesmo período.

Entre 1980 e 2010, o total de mortes de pessoas entre 0 e 19 anos por doenças e causas naturais passou de 387 casos em cada 100.000 habitantes para 88,5 por 100 000 – queda de 77%. Já o total de crianças e adolescente que morre pelas chamadas causas externas, que incluem homicídios, suicídios, acidentes de trânsito e de outros tipos, cresceu. As vítimas de causas externas, que somavam 27,9 casos por 100.000 habitantes em 1980, alcançaram 31,9 casos por 100.000 em 2010. Um aumento de 14,3%.

A piora no quadro de mortes por causas externas foi puxada pelos homicídios, que cresceram 346,4% em 30 anos. Em 1980, morreram assassinadas 3,1 crianças e adolescentes em cada 100.000, total que alcançou 13,8 casos por 100.000 em 2010. Também aumentou o total de suicídios (38%) e de acidentes de trânsito (7%).

“Esses dados ajudam a revelar certos aspectos do Brasil que as vezes passam despercebidos”, afirma o pesquisador Julio Jacobo Waiselfisz, que coordenou a pesquisa. “O fato de no Brasil se matar 130 vezes mais crianças e adolescentes do que no Egito revela que algo está errado”.

Continua após a publicidade

São Paulo – Em 2010, São Paulo foi a capital brasileira com menor número de assassinatos de jovens e crianças, com 5,3 homicídios por cada 100.000 habitantes. No trânsito, entre as 27 Unidades da Federação, o estado ficou em 22º lugar entre os menos violentos para essa faixa etária.

No caso dos acidentes de trânsito, o estudo revelou que na última década diminuiu o total de mortes entre crianças de 2 a 13 anos. Nos extremos, porém, tanto entre bebês de 0 a 1 ano quanto entre adolescentes de 14 a 19, aumentou o número de vítimas.

Para os jovens, esse aumento ocorreu principalmente por causa do crescimento da venda e uso das motocicletas, que representaram 39% das mortes em acidentes de trânsito. Na sequência, vêm os automóveis (19,3%) e pedestres (12%).

“É uma idade complicada”, explica Dirceu Rodrigues Alves Júnior, diretor da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet). “Chamamos o jovem de 14 a 18 anos que dirige de ‘aventurista’, aquele que pega a moto e a bicicleta e mergulha no meio do trânsito sem pensar muito nas consequências”.

Continua após a publicidade

Violência sexual – O estudo também tentou identificar os atendimentos feitos no Sistema Único de Saúde (SUS) de jovens e adolescentes vítimas de violência física e de abuso sexual. A fatia com maior quantidade de vítimas compreende crianças de 1 a 4 anos.

Em 2011, foram atendidas no Brasil 6.132 crianças vítimas de agressão, enquanto 1.607 jovens entre 15 e 19 anos foram parar nos hospitais por causa de violência física. “Nos casos de violência há ainda as cifras negras, casos que acabamos não conhecendo porque a vítima fica constrangida em pedir ajuda”, diz Waiselfisz.

(Com Agência Estado)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.