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Homem recebeu missão de rasgar notas, diz delegado

Responsável pela investigação do caso quer descobrir quem ordenou a ação e por quê. Dirigentes da Camisa Verde e Branco depõem nesta quinta-feira

Por Cida Alves
23 fev 2012, 14h33

O delegado Osvaldo Nico Gonçalves afirmou nesta quinta-feira que Tiago Faria, o homem que invadiu a área restrita da apuração do resultado do Carnaval de São Paulo e rasgou as notas das escolas de samba, não agiu por conta própria. “Ele recebeu de alguém a missão de entrar ali e rasgar as notas”, afirmou o titular da Delegacia Especializada de Atendimento ao Turista, responsável pela investigação do caso. “Por que e de quem ele recebeu essa missão é o que vamos apurar.” Nico trabalha com a hipótese de uma ação orquestrada entre dirigentes de escolas de samba para inviabilizar a conclusão da apuração. Havia um clima de insatisfação entre sambistas desde quinta-feira, quando foi anunciada a troca de dois jurados dos desfiles. Em depoimento depois de presos, tanto Tiago Faria, da Império de Casa Verde, quanto Cauê Ferreira, da Gaviões da Fiel, falaram sobre a existência de um acordo entre os presidentes de escolas para “melar” o resultado do Carnaval. “Tiago é assaltante, está há três meses no samba e já vai na janelinha”, afirmou Nico. “A presença dele ali era suspeita. Por que ele estava sentado naquela mesa onde só ficam a velha guarda e a diretoria?” Faria, de 29 anos, tem passagens pela polícia por roubo e formação de quadrilha. À polícia, ele disse ter sido motivado apenas pelo temor de que a escola fosse rebaixada pelo não cumprimento do acordo entre as escolas. Depoimentos – A polícia ouvirá nesta quinta-feira os depoimentos de dois integrantes da diretoria da Camisa Verde e Branco, Alexandre Salomão e Josélia Alves. Salomão aparece em fotos e vídeos rasgando envelopes tirados da mesa dos jurados. A primeira oitiva estava marcada para as 14 horas, mas a dupla só chegou à delegacia por volta das 17 horas. Adriano Salles Vanni, advogado da Camisa, estava no local desde às 15 horas. O advogado garantiu que os dois diretores comparecerão para depor. Segundo Vanni, os papéis rasgados por Salomão não continham votos dos jurados. “Nenhum componente da Camisa rasgou votos”, afirmou antes de entrar na delegacia. “Alexandre rasgou envelopes vazios.” Questionado sobre como ele poderia garantir que os envelopes estavam vazios, a advogado irritou-se: “O fatos serão esclarecidos à autoridade policial.” E deu as costas aos jornalistas. O delegado Nico disse que tem dez dias para concluir a investigação e que pretende ouvir todos os envolvidos até quarta-feira. Estão agendados para amanhã os depoimentos do vice-presidente da Gaviões, Wagner da Costa; e dos presidentes da Pérola Negra, Edílson Carlos Casal; e da Tom Maior, Luciana Silva. Na segunda-feira, a polícia ouve os presidentes da Rosas de Ouro, Angelina Basilio; da Liga das Escolas de Samba, Paulo Sérgio Ferreira; da Vai-Vai, Darly Silva; e os diretores da Vai-Vai Renato Maluf e Caio de Souza Santos. Incêndio – A polícia analisa imagens filmadas do helicóptero da RedeTV! para tentar identificar quem causou o incêndio que destruiu um carro alegórico da Pérola Negra poucos minutos depois da confusão na mesa dos jurados durante a apuração, na terça-feira. Nico informou nesta quinta que vai pedir ajuda dos dirigentes da Gaviões da Fiel para identificar os vândalos. Veja as imagens.

O diretor de carnaval da Camisa Verde e Branco, Alexandre Salomão (à frente), rasga e amassa envelopes com notas das escolas
O diretor de carnaval da Camisa Verde e Branco, Alexandre Salomão (à frente), rasga e amassa envelopes com notas das escolas (VEJA)

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