Haddad fala em cassar alvarás de taxistas envolvidos em agressões
Diante dos ataques a motoristas do Uber, prefeito de São Paulo lembrou que taxistas recebem autorização municipal para prestar serviços na cidade
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta sexta-feira que taxistas envolvidos em casos de agressão a motoristas do Uber podem ter o alvará cassado. O petista lembrou que os taxistas recebem autorização municipal para prestar o serviço na cidade, mas que agressões são casos de segurança pública. “Existe um código de postura que precisa ser observado e a legislação permite a cassação de alvará daquele que tiver uma atitude incompatível com a função pública que exerce”, afirmou. “Tem assunto que é caso de polícia: agressão, danos morais, danos patrimoniais, isso é um assunto que cabe à polícia apurar. Não cabe à prefeitura.”
Haddad ainda acusou um vereador de incitar a violência entre taxistas e motoristas da Uber na capital paulista, sem, no entanto, citar o nome do parlamentar. O alvo, o vereador Adilson Amadeu (PTB), autor do projeto de lei que proíbe o aplicativo em São Paulo, afirma ser contra violência e disse que Haddad está “desorientado”.
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Na noite anterior, um grupo de taxistas intimidou e hostilizou motoristas do Uber em frente ao Hotel Unique, em São Paulo, onde acontecia um evento promovido por uma revista. Com o protesto, passgeiros foram impedidos de entrar nos carros solicitados via aplicativo. Todos os carros pretos foram cercados e ao menos um veículo foi depredado. Viaturas da polícia acompanharam a situação, sem intervir. Ninguém foi detido.
Presente no Hotel Unique na noite da confusão, o vereador Adilson Amadeu rebateu as críticas. “Eu não aceito a violência, não está certo parar carro. Por volta da 21h30, fui para a porta do hotel pedir que não fizessem quebra-quebra. O que eu havia dito é que, se o prefeito está querendo confusão, vai ter. Isso vai dar coisa ruim”, afirmou Amadeu. “Ele como executivo maior, a chave da cidade, tinha de ter uma postura muita mais forte diante da ilegalidade de uma empresa que não arrecada. O prefeito está desorientado.”
Depois dos inúmeros conflitos causados pelo aplicativo Uber, a gestão Haddad criou uma consulta pública, que finalizou nesta última quarta-feira, para que os cidadãos pudessem dar contribuições opinativas à respeito da regulamentação do Uber. Segundo dados da SP Negócios, a consulta recebeu 5.865 contribuições, sendo que 78% foram positivas à regulamentação.
Em nota, a Uber repudiou a ação dos taxistas. “A Uber repudia qualquer tipo de violência, e lamenta profundamente a selvageria que ocorreu nesta noite de uma festa tão bonita.”
(Com Estadão Conteúdo)