Grupo de deputados do PMDB defende apoio a Aécio
Votação obtida pelo tucano no primeiro turno deu ânimo a ala peemedebista que se opunha ao apoio do partido à candidatura da presidente Dilma Rousseff
Depois de Aécio Neves (PSDB) obter no primeiro turno votação muito acima do que indicavam os institutos de pesquisa, parte dos deputados reeleitos pelo PMDB tenta convencer a bancada do partido na Câmara, em reunião marcada para esta quarta-feira, em Brasília, a declarar apoio ao tucano. Esse grupo vai apresentar dois argumentos. O primeiro é de que ficou longe da unanimidade a entrada do PMDB na coligação da candidata do PT à reeleição, Dilma Rousseff. O outro é que, em seu primeiro mandato, a petista deu pouco espaço para os deputados do PMDB participarem do governo.
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“A gente vai operar pesado pela mudança”, afirmou Darcísio Perondi (PMDB-RS), que apoiou Marina Silva (PSB) no 1º turno e já embarcou na candidatura tucana. Michel Temer, atual vice-presidente da República, foi indicado em junho pelo PMDB para continuar como companheiro de chapa de Dilma neste ano com apoio de 60% da convenção da legenda, porcentual abaixo do esperado pela própria cúpula partidária. Os outros 40% defenderam o rompimento com o PT.
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A ideia do grupo anti-PT é pelo menos equilibrar a divisão e já preparar a bancada para o caso de uma eventual vitória de Aécio. Para isso, esses rebeldes contam com o apoio de representantes dos Estados em que PMDB e PT foram adversários na eleição para governador, como São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Goiás, entre outros. Nesta campanha, houve menos acordos regionais entre as duas siglas, na comparação com 2010.
Para os peemedebistas descontentes com Dilma, Aécio seria um presidente com melhor diálogo com o partido, já que tem experiência como deputado e exerce desde 2011 o mandato de senador por Minas. “Ele, inclusive, já presidiu a Câmara dos Deputados. Convive bem com o Senado. E terá mais facilidade para aprovar as reformas de que o País precisa”, afirmou o deputado Danilo Forte (PMDB-CE).
O PMDB, assim como em 2010, elegeu neste ano a segunda maior bancada da Câmara. Ficou com 66 deputados. O PT, com 70. Nesse sentido, a articulação também é considerada uma “reserva de segurança” para a próxima legislatura. Isso porque o líder da bancada, Eduardo Cunha (RJ), tem interesse em se candidatar a presidente da Câmara em 2015. No entanto, ele ainda não se posicionou sobre esse debate interno da sua bancada.
Aparte – Na terça, no Senado, Ricardo Ferraço (PMDB-ES) também manifestou seu desacordo com o apoio de sua legenda à reeleição de Dilma. O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), fez um discurso em que exaltou o desempenho da sigla no 1º turno das eleições e disse que o partido “acertou” ao apoiar o projeto dos petistas que, segundo ele, “está mudando o Brasil”. O senador capixaba, que apoia Aécio, pediu a palavra e disse a Renan que o PMDB não está unido em torno da reeleição de Dilma. “Estive ao lado da mudança no 1º turno e manifesto minha confiança de que o Brasil votou pela mudança”, disse.
(Com Estadão Conteúdo)