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Grupo de Agnelo quer comandar federação de futebol

Cargos no governo do DF são moeda de troca em eleição para entidade brasiliense. Possibilidade de lucro com a Copa motivaram interesse repentino

Por Gabriel Castro
24 set 2012, 17h42

Em dezembro do ano passado, VEJA mostrou como o combalido futebol brasiliense atraiu subitamente o interesse de políticos ligados ao PT. De olho nos rendimentos trazidos pela Copa do Mundo e pela gestão do bilionário estádio Mané Garrincha, o grupo do governador Agnelo Queiroz tem lançado seus tentáculos sobre o esporte. A eleição para a presidência da Federação Brasiliense de Futebol (FBF), nesta terça-feira, deve marcar mais um capítulo dessa ofensiva – que pouco tem a ver com o futebol.

O grupo de Agnelo e do vice-governador, Tadeu Fillipelli (PMDB), joga pesado para emplacar o nome do advogado Josafá Dantas no comando da FBF. Dantas enfrenta Márcio Coutinho, nome apoiado inicialmente pela maior parte dos clubes. Até que a força política entrou em campo.

Dantas é ligado ao peemedebista Fábio Simão, que presidiu a federação durante o governo de José Roberto Arruda e depois pulou para o barco de Agnelo. Simão responde judicialmente por irregularidades na entidade que comanda o futebol brasiliense. Uma das acusações dá conta de que ele desapareceu com recursos da bilheteria de um jogo entre Brasil e Portugal, realizado em 2009.

Mais do que isso: a federação está sob intervenção judicial desde março do ano passado por causa de desvios em um convênio firmado pela gestão de Fábio Simão com o governo do Distrito Federal.

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Na sexta-feira, o governador se reuniu com representantes de quatro clubes dirigidos por petistas. Agnelo, interferindo em uma entidade privada, pediu até mesmo uma mudança na composição da chapa para que Ricardo Valle, irmão do deputado federal Paulo Tadeu (PT-DF), assumisse um cargo na composição.

Enquanto isso, veio a pressão sobre cartolas de outros times – especialmente os menores, mais suscetíveis. Um dirigente recebeu de Dantas a oferta de três cargos comissionados de alto escalão no governo em troca do apoio na eleição desta terça. E uma manobra tornou mais fácil o caminho do time de Dantas.

Manobra – A federação possui atualmente 40 filiados. A maior parte dos clubes é amadora. Pela regra tradicional, um sistema de pesos equilibrava a disputa: o voto dos clubes da primeira divisão local, por exemplo, tinha peso 8. Agora, com o apoio de outros dirigentes ainda ligados a Simão (e Agnelo), veio uma mudança repentina nas regras: os votos terão o mesmo valor.

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Os dirigentes dos clubes mais tradicionais da capital veem com desconfiança a candidatura de Dantas. José Beni, dirigente do Ceilândia, diz que a pressão pelo nome do advogado é resultado de um acordo sobre os dividendos políticos e financeiros da ocupação de espaços no futebol local. “O grupo do Fábio Simão comandava. Quando o pessoal do Agnelo chegou, eles dividiram com o PT. E agora estão cobrando”, diz.

No ano passado, VEJA havia mostrado como Luis Carlos Alcoforado, advogado de Agnelo, comprou o Brasília Esporte Clube de olho na gestão do Mané Garrincha depois da Copa do Mundo. Luís Estevão, ex-senador e dono do Brasiliense, também se interessa pela gestão do espaço, que deve se transformar no principal palco de grandes eventos da capital federal.

Já dentro de campo, o futebol da capital federal continua longe da elite do esporte nacional. O Brasiliense, principal time do Distrito Federal, joga a terceira divisão brasileira.

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Resposta – A Secretaria de Comunicação do governo do Distrito Federal admite a reunião de Agnelo com dirigentes do futebol local, mas afirma que não houve qualquer oferta de cargos no governo em troca de votos. A equipe do petista alega ainda que o estádio Mané Garrincha será gerido por uma empresa privada, e que por isso não faz sentido atribuir a movimentação dos clubes à tentativa de assumir a administração do estádio.

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