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Greve dos professores: Rio se prepara para guerra

Prédios históricos do Centro da cidade são reforçados com barras de ferro, tapumes e chapas metálicas. PM convoca reforços de outros municípios para manifestação programada para esta terça-feira, Dia do Professor

Por Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
15 out 2013, 06h24

Com o impasse entre os professores em greve e as autoridades do governo do estado e da prefeitura, o Centro do Rio de Janeiro deve ter, nesta terça-feira, mais uma grande manifestação. Programado para o Dia do Professor, o protesto está sendo convocado pelo Facebook, nas páginas de grupos que apoiam a greve – entre elas “Black Bloc RJ” e “Anonymous”. Até a tarde de segunda-feira, havia cerca de 90 000 presenças confirmadas para o ato. Com a expectativa de mais um confronto, a segunda-feira foi de preparação para o comércio e os prédios públicos mais visados.

Diante da perspectiva da presença maciça de integrantes do Black Bloc – a quem o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) declarou “apoio incondicional” na semana passada – a Polícia Militar pretende, desta vez, mobilizar um grande efetivo, ainda não confirmado, para garantir a segurança durante o protesto. Estão sendo deslocados policiais de cidades da Região Metropolitana, como Niterói e São Gonçalo, e de vários batalhões da capital. Em vez de ficar aquartelado, como nos protestos anteriores, o Batalhão de Choque (BPChoque) estará nas ruas desde o início da manifestação. Um oficial da PM ouvido pelo site de VEJA explicou que a medida visa a reduzir o tempo de deslocamento dos policiais em caso de confronto ou tentativa de invasão de prédios públicos.

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Na última sexta-feira, durante reunião do comando da Polícia Militar com representantes do Sepe, do Ministério Público Estadual, da Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos e da Polícia Civil, o comandante-geral da PM, coronel José Luis Castro Menezes, pediu que a Polícia Civil filme a atuação da PM. A medida tem objetivo de coibir abusos por parte dos policiais e, claro, também rebater acusações feitas por manifestantes. Durante a reunião, foi definido que representantes do Sepe terão acesso aos oficiais em posto de comando que estiverem participando do policiamento. Policiais identificados por letras e números, conhecidos como tropa alfanumérica, revistarão manifestantes em busca de pedras, bombas caseiras, fogos de artifício e outro materiais perigosos.

Na tarde de sexta-feira, a Justiça suspendeu liminarmente a sessão da Câmara Municipal que aprovou o Plano de Cargos e Salários dos professores municipais, aprovado no dia 1º sob forte protesto. À noite, o prefeito Eduardo Paes divulgou nota informando que, diante da suspensão do plano, não será possível conceder, já na folha de pagamento referente a outubro, o reajuste de 15,3% para os servidores da Educação. O município decidiu recorrendo para tentar derrubar a liminar que suspendeu o texto.

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O cenário na Câmara Municipal na segunda-feira era, literalmente, de preparação para uma guerra. O Palácio Pedro Ernesto, que teve o plenário ocupado por grevistas há duas semanas, foi alvo de uma tentativa de invasão na semana passada. A pedido da presidência da Casa, os dois portões principais foram reforçados com barras de ferro e gradeamento especial. As grades, com orifícios da espessura de um dedo, são uma proteção contra pedras, bolas de gude e coquetéis molotov lançados por manifestantes. A Guarda Municipal ficará encarregada da segurança no interior e ao redor do prédio – com equipamentos de segurança que inclui coletes, escudos, capacetes, máscaras e óculos especiais. “A Câmara está ficando mais segura do que um presídio federal. Impossível abrir esse portão. Só se derrubarem a parede”, comentou um dos funcionários responsáveis pela colocação das barras e da grade.

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No início de agosto, a Câmara já havia instalado uma barra de proteção, que funciona como trava, em cada um dos dois portões laterais. Mesmo assim, o prédio foi invadido. Agora, estão sendo instaladas duas barras de ferro paralelas ao chão, que funcionam como tramelas. As janelas estão sendo reforçadas com placas de madeira. As janelas foram usadas pelos mascarados para tentar incendiar o prédio, com o lançamento de bombas e garrafas de combustível.

Vizinhos do prédio histórico também se preparam para o pior. Na esquina da Câmara, a agência do Banco do Brasil, que foi destruída na segunda-feira da semana passada, trocou os tapumes de madeira por chapas de aço galvanizadas. O material é fixado com parafusos às paredes do prédio. O reforço visa a evitar que os mascarados arranquem as placas para usar o material como escudo durante o confronto. Outros bancos, lojas e empresas nas imediações da Cinelândia receberam tapumes e grades na tarde desta segunda-feira. Na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) não foram instalados novos equipamentos, mas janelas e portas estão permanentemente reforçados por placas de madeira e grades de ferro desde os protestos de junho, quando o prédio foi atacado.

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