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Governo vai propor benefícios parcelados a grevistas

No momento há 30 categorias em greve no país. Os primeiros a parar foram os professores de escolas técnicas e universidades federais, ainda no mês de maio

Por Da Redação
10 ago 2012, 09h26

O governo de Dilma Rousseff deve concluir nos próximos dias os cálculos de quanto destinará no ano que vem aos reajustes dos servidores federais, cujas reivindicações, se atendidas na íntegra, podem ter impacto de até 92 bilhões de reais numa folha de pagamento de cerca de 100 bilhões de reais anuais. As propostas oficiais começam a ser feitas na semana que vem, mas serão parceladas, setor por setor, de acordo com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior. Segundo ela, nem todas as categorias serão atendidas. O motivo seria a crise econômica internacional.

No momento há 30 categorias em greve no país. Os primeiros a parar foram os professores de escolas técnicas e universidades federais, ainda no mês de maio.

Os sindicatos dizem haver cerca de 350.000 servidores parados atualmente. O governo, porém, afirma que o número é inflado pelos manifestantes. “Isso seria 60% dos servidores federais civis”, disse Miriam. “Se fosse assim, a Esplanada não estaria como está, trabalhando normalmente”.

O governo diz estar agido para coibir o que considera “abusos”. Anteontem, por exemplo, conseguiu na Justiça uma ordem para que os trabalhadores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mantenham 70% dos quadros de cada unidade. “Certamente não processar importação e exportação nos portos é um excesso e por isso fomos à Justiça”, afirmou Miriam. “A greve é um direito, mas tem limites.”

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A paralisação dos portos é a que mais irrita a presidente Dilma Rousseff. Não por acaso, ainda em julho ela baixou decreto permitindo que o governo celebre convênios com estados para “tomar emprestados” funcionários que substituam os grevistas.

Outra providência foi determinar o corte do ponto. Em julho, porém, isso significou deixar sem salário apenas 1.972 servidores. Técnicos dizem que o número está subestimado porque as universidades federais, por exemplo, não informaram quantos funcionários deixaram de trabalhar.

Aumento real – Em defesa do governo, Miriam diz que a situação atual dos servidores é bem diferente da de 2003, após anos de “arrocho” promovidos pelo governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. “Todos eles tiveram aumento real de 2003 até agora”, insistiu Miriam. “Nenhum servidor teve menos do que a inflação”, completou.

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O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, segue a mesma linha. “Nós não achamos, nem de longe, que os servidores públicos têm salários nababescos. O problema é que, nesse momento, há uma conjuntura internacional que nos pede mais cautela”. Responsável por negociar com os sindicalistas, Carvalho foi vaiado e chamado de “traidor” por servidores ao abrir uma conferência de emprego, na quarta-feira, em Brasília.

A resistência de Dilma em abrir diálogo com os funcionários públicos preocupa o PT. O presidente do partido, Rui Falcão, conversou nesta quinta-feira com Dilma, no Palácio do Planalto. Dirigentes petistas dizem, reservadamente, que o governo do PT está se distanciando de suas bases de apoio, como os movimentos sociais e sindicais. Parlamentares temem que as greves do funcionalismo tenham impacto nas eleições municipais de outubro.

No Distrito Federal, cerca de 50 servidores foram ao Supremo Tribunal Federal, pela manhã, protocolar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade contra o decreto que permite a substituição de servidores grevistas. Não houve, porém, muitos transtornos ao trânsito.

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(Com Agência Estado)

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