Governo de SP divulga trajeto a ser seguido pelo MPL nesta terça-feira
Grupo se recusa a divulgar trajeto da manifestação com antecedência e, mais uma vez, SSP organiza sequência de ruas disponíveis para o protesto
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) divulgou na tarde desta terça-feira o trajeto que deve ser seguido pelo Movimento Passe Livre (MPL) no protesto marcado para esta tarde na capital paulista. Na segunda-feira, o MPL lançou nota no Facebook em que afirma que se recusará a informar o percurso – e a acatar o definido pelo Estado.
Segundo a SSP, “o poder público se organizou para a seguinte sequência: Estação da Luz, Rua Cásper Líbero, Avenida Ipiranga, Avenida São Luiz, Viaduto Maria Paula e Avenida Brigadeiro Luís Antônio, até à Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo)”.
A Secretaria disse ainda, em nota, que lamenta que o MPL tenha se negado a “comunicar previamente as autoridades sobre o trajeto e o destino da manifestação”. Segundo o governo, a comunicação prévia é “fundamental para que o trânsito seja reorganizado, bem como o traçado das linhas de ônibus”. “Também é importante para a limpeza prévia do trajeto.”
No último ato em São Paulo, houve impasse sobre o destino da manifestação e o MPL se recusou a cumprir o trajeto sugerido pelo governo . Os ativistas pretendiam ir até a Alesp, mas foram contidos pela Polícia Militar, que alegou que o trajeto não seria possível por causa de manifestações anteriores nas vias que o movimento queria ocupar.
A PM reagiu, na Praça da República, com bombas de gás, spray de pimenta e balas de borracha. Pelo menos nove pessoas ficaram feridas.
Após o tumulto, o MPL publicou no Facebook um texto em que defende o direito de o movimento decidir o trajeto. “A Secretaria de Segurança Pública não está autorizada pela Constituição Federal a determinar quando e onde a população pode se manifestar. Por isso, manteremos o nosso diálogo aberto com os manifestantes, conversando sobre o trajeto do ato em nossa concentração”, disse. O grupo ignora que o artigo 5º inciso XVI da Carta, porém, prevê o aviso prévio, ao afirmar: “todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente”.
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(Com Estadão Conteúdo)