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Goleiro Bruno, enfim, volta a enfrentar a Justiça

Defesa tenta, a partir desta segunda, provar que jogador não sabia do plano para sequestrar e matar Eliza Samudio. Para acusação, réu não tem escapatória

Por Da Redação
4 mar 2013, 06h09

Pouco mais de três meses depois de sentar no banco dos réus pela primeira vez, em novembro do ano passado, o goleiro Bruno volta a enfrentar a Justiça nesta segunda-feira. Ao lado da ex-mulher, Dayanne Rodrigues de Souza, o ex-jogador, que figurou entre as apostas para a seleção brasileira, submergiu um pouco mais desde que seus advogados conseguiram adiar o júri sobre a morte da jovem Eliza Samudio. Em novembro, depois de uma série de manobras dos advogados dos principais réus, os processos passaram a correr separados, e Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, fez uma confissão parcial que leva a Justiça a encarar o assassinato de Eliza como fato consumado. Principal figura da acusação, o promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro, que conseguiu a condenação de Macarrão, acredita que o goleiro não tem saída.

“O Bruno planejou toda a trama macabra com apoio do Macarrão. São inúmeras as provas, desde o sequestro de Eliza e Bruninho, no dia 4 de junho de 2010, no Rio, quando mãe e filho foram levados para a casa no condomínio no Recreio dos Bandeirantes, até o assassinato em Minas”, disse Henry Castro ao site de VEJA.

Leia: Como o goleiro Bruno atraiu Eliza Samudio para a morte

Os personagens que vão se encontrar a partir das 8h no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, já se conhecem. Os únicos nomes pendentes são os sete jurados que serão sorteados no início da sessão pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, que acompanha o caso desde o desaparecimento de Eliza Samudio. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais acredita que, desta vez, o resultado do júri será conhecido em até três dias – ou seja, na quarta-feira.

O goleiro será julgado por homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado. Preso desde 8 de julho de 2010 na Penitenciária Nelson Hungria, Bruno trocou de defensor algumas vezes, até que, em meio ao primeiro júri, assumiu o caso o criminalista Lúcio Adolfo da Silva. Dayanne responde em liberdade pelo sequestro de Bruninho.

Como já está provada a morte de Eliza, acusação e defesa devem se concentrar nos detalhes que põem Bruno como mandante do crime. Desde a confissão parcial de Macarrão, a estratégia da defesa é criar para os jurados a versão de que o crime teria ocorrido por decisão de Macarrão, à revelia do patrão – algo que o Ministério Público rechaça e contesta com provas. “Temos registros de que Bruno deixou uma ordem na portaria (do condomínio no Recreio dos Bandeirantes) proibindo a entrada da então noiva, a dentista Ingrid. Isso porque Fernanda estava no imóvel. Fernanda ajudou a vigiar Eliza, que estava com um ferimento grave na cabeça e era mantida refém em um dos quartos da casa”, disse Henry Castro, mostrando que tem munição para desmontar os relatos da defesa que considera fantasiosos.

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Entrevista – O episódio mais curioso do caso, desde o primeiro julgamento, foi a entrevista dada por um dos primos do goleiro ao Fantástico, da Rede Globo. Jorge Luiz Rosa Sales, que na época do crime era menor de idade, foi considerado culpado pelo sequestro de Eliza. Ele cumpriu medida socioeducativa no sistema de ressocialização da Justiça de Minas Gerais. Sem dar declarações desde a época do crime, ele gravou entrevista apresentando versões desencontradas. E, primeiro, disse que Bruno nada sabia. Depois, afirmando que o primo “não teria como não saber” que tramava-se a morte de Eliza.

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A acusação pretende levar as imagens da entrevista para exibição aos jurados. Por parte da defesa, é provável que as confusões da cabeça de Jorge Luiz sirvam para uma tentativa de desqualificar o que já disse essa testemunha à Justiça. Alguns pontos importantes da investigação estão sustentados pelos depoimentos do rapaz, entre eles o local da execução, ocorrida segundo a denúncia na casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, em Vespasiano. Bola, que também é réu, será julgado em 22 de abril – o processo referente à participação do ex-policial também foi desmembrado.

“O Bruno é inocente e nós vamos tentar provar isso. Embora seja difícil, já que por decisão da juíza foi expedido até o documento atestando que a jovem está morta. O Bruno não tinha conhecimento de nada. Se aconteceu alguma coisa para a moça, ele não estava envolvido”, afirmou Lúcio Adolfo da Silva, que assumiu a defesa de Bruno em novembro, após a destituição do advogado Rui Pimenta.

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Fórum – O salão do Tribunal do Júri de Contagem passou por reformas nesses últimos meses. Além de uma nova pintura, manutenção corretiva do telhado e na parte elétrica, técnicos foram contratados para melhoria do ar-condicionado do prédio, que abrigará 120 pessoas na plateia, somando parentes dos réus, advogados, juristas, estudantes de direito, autoridades e jornalistas.

Foi montado um esquema especial para o trânsito na área no entorno do tribunal para os dias de julgamento. O tenente-coronel José Antônio da Silva, comandante do 18º Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais, confirmou um reforço efetivo de militares do Batalhão de Polícia de Evento (BPE), da 1ª Companhia de Missões Especiais (CiaMesp) e do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate). Segundo o oficial, a pedido da juíza algumas ruas nos arredores do fórum serão interditadas. “A solicitação da magistrada foi feita visando a proteção dos réus, jurados e funcionários. Quem precisar ir ao fórum nesses dias, terá que se justificar, com apresentação de documentação”. A PM pede que a população evite ir até o local durante o júri.

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