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Garotinho se esquiva de ligação com policial condenado

Ex-governador do Rio ignorou ação judicial e nomeou Álvaro Lins para chefia da Polícia Civil em 2000 e 2003. 'Tudo está esclarecido', afirmou ao 'RJTV'

Por Daniel Haidar, do Rio de Janeiro
20 ago 2014, 22h29

Depois da revelação feita pelo site de VEJA de que ex-policiais condenados por envolvimento com a máfia de caça-níqueis no Rio viraram cabos eleitorais do ex-governador do Anthony Garotinho (PR), o candidato ao Palácio Guanabara evitou tratar do assunto nesta quarta-feira em entrevista ao RJTV, telejornal da Globo. Garotinho simplesmente não explicou por que manteve o ex-delegado Álvaro Lins como chefe de polícia na época em que o ex-policial foi acusado de favorecer o crime organizado.

De acordo com sentença do juiz Marcelo Leonardo Tavares, da 4ª Vara Federal Criminal do Rio, Garotinho e Lins agiram em conjunto “para a prática de corrupção”, favorecendo o bicheiro Rogério Andrade e apadrinhados em delegacias. O ex-governador e o ex-chefe de polícia foram apontados como chefes da quadrilha investigada na operação Segurança Pública S/A da Polícia Federal. Garotinho foi condenado à prestação de serviços comunitários e recorre contra a punição. No mesmo processo, Lins foi sentenciado a 28 anos de prisão por crimes como lavagem de dinheiro, corrupção, formação de quadrilha armada e facilitação de contrabando.

Na decisão, o juiz ressaltou que Garotinho ignorou uma ação judicial criminal, com indícios de corrupção passiva, e nomeou Lins para a Chefia da Polícia Civil em duas ocasiões. Em 2003, Garotinho era secretário estadual de Segurança Pública no governo de sua mulher, Rosinha Garotinho, e colocou Lins à frente da Polícia Civil. Em 2000, o ex-delegado já tinha sido nomeado para o mesmo cargo na gestão de Garotinho e só deixou a posição para concorrer a deputado estadual na eleição daquele ano. “Esse caso está esclarecido. É uma investigação sobre policais que me envolveram politicamente nesse assunto. Não tinha nada com isso. O caso está no Supremo Tribunal Federal, porque recorri da decisão. Quanto a acusações do Álvaro Lins, devem ser respondidas por ele”, alegou Garotinho na entrevista ao RJTV.

O ex-governador afirmou que não errou por ter mantido o ex-delegado mantido no cargo apesar da ação judicial em andamento na época das duas nomeações. E se esquivou ao dizer que não podia condenar ninguém sem provas: “Quem investigou essa suposta quadrilha foi o nosso governo. Não podíamos condenar ninguém sem provas”.

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Na verdade, a investigação sobre a atuação da quadrilha no governo foi feita pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal. Lins só deixou o cargo quando desejou, em 2006, para concorrer novamente a deputado estadual – e acabou eleito.

Como o site de VEJA revelou nesta quarta-feira, circula na internet um áudio em que Lins conclama “vingança” e pede vitória a Garotinho no primeiro turno. O inspetor Fábio Menezes Leão, o Fabinho, condenado no mesmo processo de Lins e homem de confiança do ex-delegado, também fez campanha pelo candidato do PR. Em mensagem de celular enviada a dezenas de colegas, Fabinho chega a dizer que Garotinho “acabará com essa palhaçada de UPP” (Unidade de Polícia Pacificadora).

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