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Gabrielli admite que refinaria Abreu e Lima está cara – e só

No terceiro depoimento à CPI, ex-presidente da estatal afirmou que alto custo de refinaria se deve a variação do câmbio e investimentos necessários

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 25 jun 2014, 20h37

À frente da Petrobras quando foram iniciadas as obras da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, o ex-presidente José Sérgio Gabrielli disse que a construção tem um custo alto. Iniciada em 2007, a obra tinha um investimento inicial estimado em 2,4 bilhões de dólares – e deve ser concluída neste ano por 20 bilhões de dólares. As contas da refinaria são alvo de investigação da Polícia Federal, do Tribunal de Contas da União e do Ministério Público por suposto superfaturamento.

“É uma refinaria que está cara, sem dúvida nenhuma”, disse Gabrielli em audiência nesta quarta-feira à CPI mista que investiga os negócios da estatal. O ex-presidente disse ainda que, “se fosse dono da Petrobras, não faria a construção a esse custo”. “É evidente que com esses valores eu não posso dizer que está na faixa mais econômica”, disse, na terceira vez que compareceu ao Congresso nos últimos três meses para dar explicações sobre a estatal.

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Apesar de admitir que há divergência nas contas, Gabrielli negou os indícios de irregularidades e buscou alinhar-se ao discurso da atual presidente, Graça Foster, de que o erro foi divulgar um dado preliminar sobre uma construção ainda sem projeto definido. Segundo o ex-dirigente, o aumento do preço se deve, entre outros fatores, à variação do câmbio e ao fato de serem necessários outros investimentos, como o aplicado no porto que dará suporte à refinaria – o que não está previsto em outras obras.

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Ao longo das quase cinco horas de sessão, Gabrielli voltou a poupar a presidente Dilma Rousseff da responsabilidade da superfaturada compra da refinaria de Pasadena, no Texas. Dilma era presidente do Conselho de Administração da Petrobras quando o negócio, que gerou um prejuízo de um bilhão de dólares, foi firmado. O ex-dirigente, que é filiado ao PT, foi acusado pela oposição de fugir dos questionamentos para proteger o partido. “É inaceitável isso aqui. Não é mais peça de ficção. Parece que isso aqui é um palco de promoções e espetáculos. Isso é que é impressionante”, criticou o líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR). “O senhor tem todo o direito, como deputado de oposição, de fazer o espetáculo que quiser”, rebateu Gabrielli.

Gabrielli ainda inimizou a compra desastrosa da refinaria de Pasadena. Ele afirmou que, à época, a aquisição foi um bom negócio. “Nós compramos uma refinaria barata. Abaixo dos preços praticados no mercado”, afirmou o ex-presidente da estatal referindo-se à refinaria. Em abril, a atual presidente da Petrobras, Graça Foster, em depoimento na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, afirmou que a compra de Pasadena “não foi um bom negócio” e que, com o passar do tempo, a transação tornou-se um “projeto de baixa probabilidade de retorno”.

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Na próxima quarta-feira, a CPI deve se reunir para votar mais de 300 requerimentos. Entre eles, pode ser aprovada a convocação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e a quebra de sigilos fiscal e telefônico de envolvidos na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, que apura um esquema de lavagem de dinheiro que teria atuado também dentro da empresa.

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