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Fotos revelam início da construção de prédio que desabou

Imagens obtidas pelo site de VEJA mostram fase inicial da obra, com detalhes sobre as fundações, terreno e material usado na edificação

Por Felipe Frazão 30 ago 2013, 13h28

O site de VEJA teve acesso, com exclusividade, a uma série de fotografias da construção irregular do prédio comercial que desabou e matou dez pessoas nesta terça-feira em São Mateus, Zona Leste de São Paulo. As fotos revelam como foram feitas as escavações para construção do edifício no terreno de número 2.303, onde há cerca de cinco anos funcionava um posto de gasolina.

As imagens mostram a fase inicial da obra, ainda sem a estrutura da edificação. O prédio já estava em estágio de acabamento quando ruiu – com pilares, paredes, vigas e lajes prontas, portas e até aparelhos de ar-condicionado de grande porte prestes a serem instalados. A Polícia Civil e a Polícia Técnico-Científica ainda investigam as causas da queda, que deixou outras 26 pessoas feridas. A falha pode ter ocorrido justamente nessa fase de execução da obra.

Pelo menos onze pessoas trabalhavam simultaneamente na fase inicial da construção do prédio, segundo indicam as fotos. Nenhuma delas vestia uniformes de alguma construtora. A Polícia Civil tenta confirmar se o prédio foi levantado por funcionários de uma empresa ou por autônomos contratados diretamente pelo dono do imóvel, o comerciante Mostafá Abadallah Mustafá. Ele ainda não depôs.

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As fotos também revelam com riqueza de detalhes as fundações abertas no solo para os pilares de sustentação. Dias antes do desabamento, pedreiros que trabalhavam na fase de acabamento do prédio, feita pela Salvatta Engenharia para a rede de loja de roupas Torra Torra – que alugaria o edifício pronto -, suspeitavam de que a estrutura era fraca. A informação consta em depoimentos registrados no 49º DP, em São Mateus.

Os funcionários relatam que chegaram a combinar a paralisação da reforma no sábado, três dias antes da tragédia. Salvatta e Torra Torra negam ter feito escavações ou participado da construção do prédio – que tinha dois andares edificados, apesar de a planta indicar só um.

A reportagem do site de VEJA apurou que as fotos circularam entre engenheiros e arquitetos contratados por Mustafá, os primeiros ainda em outubro de 2012. A data de início da construção segue um mistério para a polícia. As imagens não estão datadas, tampouco têm autoria. Nelas também é possível ver uma série de materiais usados na edificação e que passarão por análises da perícia do Instituto de Criminalística. Há ripas de madeira e toras de eucalipto e vergalhões usados nas bases do edifício.

Peritos criminais do núcleo de Engenharia do Instituto de Criminalística fotografam os escombros desde o dia da queda do prédio. Segundo a perita Mônica Bernardi Urias, “o local está naturalmente prejudicado”.

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“A gente faz análise de corpos de prova em laboratório, para saber como era o traço do cimento, qual era a composição, coisas de Engenharia e de documentos também”, explicou Mônica. “O que está nos documentos é uma coisa, mas de repente a gente encontra outra coisa no que está aí [nos escombros] durante a análise de laboratório. A gente faz análise de documentos, do que vemos no local e no laboratório também para não errar”, disse a perita nesta quinta-feira.

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(com reportagem de Eduardo Gonçalves)

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