Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

FHC: caso Erenice “é o mensalão de novo”

Ex-presidente acusou Lula de autoritarismo ao "massacrar adversários em nome do poder total"

Por Carolina Freitas
14 set 2010, 20h19

Personagem discreto destas eleições, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, presidente de honra do PSDB, resolveu falar. Em entrevista de 45 minutos à Rede Mobiliza, formada na internet pela militância tucana, FHC comparou nesta terça-feira o caso de tráfico de influência na Casa Civil revelado pela revista VEJA desta semana ao escândalo do mensalão, de 2005.

“É o mensalão de novo. Estão no Palácio, na sala ao lado da do presidente, tramando a favor de uma empresa”, afirmou Fernando Henrique. “Se falar que é o mensalão outra vez, com o homem [Lula] ao lado, a população entende.” VEJA desta semana mostra que Israel Guerra, filho da ministra Erenice Guerra, sucessora de Dilma Rousseff, comandava na Casa Civil um esquema de lobby para beneficiar empresas em contratos públicos por meio do pagamento de uma “taxa de sucesso”.

Fernando Henrique falou sobre o caso Erenice ao ser questionado sobre como explicar à população a gravidade de casos como o da quebra de sigilo de tucanos por pessoas ligadas ao PT. Para ele, os escândalos precisam ser abordados a partir de exemplos concretos. A campanha de José Serra explorou o caso no horário eleitoral gratuito em falas do candidato e por meio de manchetes de jornal, com pouca didática.

“Se você falar ‘sigilo fiscal’, poucos entendem, porque pouca gente preenche o formulário de Imposto de Renda. Agora se você disser que amanhã, de repente, tem um fiscal entrando nas suas coisas ou perguntar: ‘você gostaria se alguém pegasse sua carteira de trabalho para ver quanto você ganha?’, o povo entende.”

Continua após a publicidade

Para FHC, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem se comportado como “militante” e “chefe de facção”, procurando “massacrar” os adversários em nome de uma tentativa de “poder total”. “Quando um presidente quer eliminar, liquidar um competidor, ele quer o poder total. É autoritarismo.”

Fernando Henrique defendeu que o Supremo Tribunal Federal (STF) freie a “apoteose mental” de Lula. “Quando o presidente fala, ele envolve seu prestigio não como chefe de partido, mas como instituição nacional. É abuso de poder político.”

Mesquinhez – Fernando Henrique classificou como “mesquinha” a posição de Lula de querer para si o crédito por todos os bons feitos dos últimos anos no país. “Para crescer não precisa denegrir o outro. Por que essa ideia de herança maldita se ele vive dela [da herança do governo FHC] até hoje?”

Continua após a publicidade

O tucano evocou o pai da psicanálise, Sigmund Freud, para falar de sua relação com o presidente Lula. “Acho que é freudiano. Como Lula perdeu de mim duas vezes, ele quer se vingar. Não precisava ser tão mesquinho, estar o tempo todo repisando e torcendo os dados.”

Por outro lado, FHC admitiu que deveria ter capitalizado mais seus próprios feitos à frente do país. “Se alguma coisa fizemos timidamente foi a comunicação, por um certo pudor em usar o dinheiro do governo para propaganda”, disse o ex-presidente. “Nunca liguei o Bolsa Escola com o meu governo. Exagerei ao não me apropriar dos feitos do governo.” Ele aproveitou a entrevista ainda para rebater falas de Lula, na área de educação e economia.

Cabo eleitoral – Até agora, Fernando Henrique estava alheio à disputa eleitoral. Não subiu ao palanque ao lado de Serra nem apareceu no programa do horário eleitoral gratuito de TV do presidenciável. Nesta terça-feira, no entanto, FHC pediu, por meio da internet, voto para Serra. “Temos que votar no Serra com energia, com convicção. Dá temp”, disse e citou o exemplo da vitória nas urnas do presidente colombiano, Manuel Santos, que não era favorito segundo as pesquisa de intenção de voto. “Certeza só existe no dia da votação. Ate lá temos que fazer campanha e ganhar. É serra na cabeça.”

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.