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Família nega que juíza tenha dispensado escolta policial

Tribunal de Justiça informou que Patrícia Acioli decidiu suspender segurança em 2007. Magistrada foi atingida por 21 disparos quando chegava em casa

Por Da Redação
12 ago 2011, 17h17

No velório da juíza Patrícia Acioli, parentes da magistrada tentaram desmentir a versão de que ela teria dispensado, por conta própria, sua escolta pessoal. A versão de que Patrícia decidiu não usar mais a segurança oferecida a autoridades ameaçadas de morte foi dada na manhã de hoje pelo presidente do Tribunal de Justiça do Rio, desembargador Manoel Alberto Rebêlo dos Santos.

Prima de primeiro grau da juíza, a médica Mônica Lourival negou que tenha partido de Patrícia a dispensa da escolta. “Infelizmente as pessoas que são honestas recebem essa punição. Ela era uma pessoa de caráter sério, incorruptível. Tinha uma vida simples, um carro simples. O estado não protegeu essa pessoa. Há muito tempo ela pedia escolta. Nunca dispensou a segurança. A segurança simplesmente acabou e ela continuava aflita porque sabia que era uma pessoa visada”, criticou.

Segundo o presidente do TJ, ameaças de morte identificadas contra Patrícia Acioli levaram o tribunal a determinar escolta por três policiais militares, em regime de 24 horas, entre 2002 e 2007. A partir de uma reavaliação da situação da juíza, ficou decidido, então, que ela passaria a andar com apenas um segurança. Patrícia, a partir daí, segundo a versão do TJ, teria preferido andar sem guarda-costas.

Amiga mais próxima da juíza, uma mulher que se identificou no velório apenas como Bernadete se disse indignada com a versão de que Patrícia tenha dispensado a escolta. “Patrícia nunca dispensou escolta, isso é mentira. Ela não vai poder provar porque está morta. O ex-namorado dela, o cabo da PM Marcelo Poubel de Araújo, fazia a segurança dela informalmente. Como ele não morava com ela, não podia vigiá-la o tempo todo”, afirmou.

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Bernadete estava dentro da casa de Patrícia na hora do assassinato. “Escutamos uma movimentação estranha na casa ao lado, que esta vazia, há meses anunciada para aluguel. A pitbull Júlia, da Patrícia, latia muito, mas nós não suspeitamos de nada. Até que ouvimos os tiros”, contou.

Dentro da casa, com Bernadete, estavam o filho da juíza, Mike, 21 anos, estudante de Direito. A magistrada deixa também duas filhas de 10 e 12 anos. Patrícia Acioli morava há oito meses na casa em um condomínio do bairro de Piratininga, na região oceânica de Niterói.

Discussão com policial – Vizinhos que compareceram ao velório afirmaram que há três meses foi ouvida uma grave discussão entre Patrícia e seu ex-namorado, o policial Poubel. A polícia teria sido chamada no momento do bate-boca. Poubel, segundo amigos da juíza, parecia não aceitar o rompimento. A juíza teria se envolvido, então, com outro homem, que também seria policial.

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Poubel, que é cabo, prestou depoimento durante mais de quatro horas na Divisão de Homicídios (DH) da capital, na Barra da Tijuca. A informação oficial era de que a polícia procura, a partir do relato dele, estabelecer com precisão a rotina e os hábitos dos últimos dias da juíza.

No fim da tarde, o delegado titular da DH, Felipe Ettore, afirmou que nenhuma linha de investigação está descartada, pois há muitas origens possíveis do ataque à juíza. “Estamos investigando o autor e o mandante da execução. Não há linha de investigação ainda”, disse Ettore, que designou 60% do efetivo da Divisão de Homicídios para o caso.

De acordo com o delegado, foram encontrados 21 tiros no corpo de Patrícia Acioli, de calibers .40 e .45. Apesar de não confirmar oficialmente, a polícia tem fortes razões para acreditar que policiais ou ex-policiais estejam envolvidos no assassinato. Ao longo de sua carreira, a juíza mandou para a prisão cerca de 60 agentes de segurança envolvidos com crimes.

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(Com reportagem de Leo Pinheiro)

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